Eurodeputados "bloqueados" para liderança de comissões

Eurodeputados "bloqueados" para liderança de comissões
De  Isabel Marques da Silva  & Sandor Zsiros

Eurodeputados "bloqueados" para liderança de comissões

Nenhum dos 73 eurodeputados da bancada da extrema-direita no Parlamento Europeu obteve posições de coordenação nas comissões parlamentares.

Também não foram atribuídos cargos de presidente ou vice-presidente das comissões aos 29 eurocéticos britânicos eleitos pelo Partido Brexit.

Vários partidos moderados organizaram um boicote nos bastidores, impedindo a aplicação de um sistema representativo transversal.

"É uma vergonha, é um desrespeito pela democracia e, em particular, pelo parlamento enquanto instituição. As regras parlamentares estabelecem, claramente, que todas as sensibilidades políticas devem estar representadas", disse, à euronews, Tom Vandendriessche, eurodeputado belga da extrema-direita.

"O nosso grupo deveria ter a coordenação de comissões, o que foi negado por um maioria de bloqueio que não respeita os 21 milhões de votos dados aos membros da bancada Identidade e Democracia", acrescentou Tom Vandendriessche.

Bloqueio ao Fidesz e ao Partido Lei e Justiça

Houve outras vítimas do chamado "cordão sanitário", nomeadamente os eleitos pelos partidos ultraconservadores que estão no governo na Polónia, Partido Lei e Justiça, e na Hungria, Fidesz.

Os liberais, verdes e socialistas impediram que a ex-primeira-ministra polaca Beata Szydlo presidisse à comissão parlamentar de Emprego.

Três eurodeputados húngaros eleitos pelo Fidesz também não conseguirem ganhar as candidaturas às vice-presidências de comissões, incluindo um para a de Justiça, conhecida por LIBE (Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos).

"Todos os eurodeputados liberais na comissão LIBE defendem o princípio de que, para levar a sério o trabalho ao nível do Estado de direito, não podemos eleger como coordenador alguém de um partido que destrói o Estado de direito", explicou, à euronews, Anna Donáth, eurodeputada húngara liberal.

Apesar do bloqueio, outro proeminente membro do Fidesz, Tamas Deutch, foi eleito vice-presidente da Comissão de Controle Orçamental, que investiga o uso indevido dos fundos da União Europeia.

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