Líbia: UE poderá reativar missão naval Sophia

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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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Líbia: UE poderá reativar missão naval Sophia

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Um mecanismo para supervisionar o embargo de armas à Líbia e a possível reativação da missão militar naval de vigilância Sophia são as medidas que a União Europeia poderá adotar caso se confirmo o cessar-fogo naquele país norte-africano em guerra civil.

Antes do debate dos ministros dos Negócios Estrangeiros, segunda-feira, em Bruxelas, o chefe da diplomacia comunitária, Josep Borrell, explicou a necessidade de apoio europeu.

"Há várias possibilidades, mas um cessar-fogo tem de ser supervisionado. Não se pode anunciar um cessar-fogo e depois esquecer-se dele. É preciso, também, controlar o embargo de armas", disse Borrell. Questionado sobre a importância da missão Sophia, Borrell respondeu: "Acho que temos que reativá-la, sim."

Essa missão foi usada, sobretudo, no pico da crise de refugiados e migrantes que chegavam, em massa, à Europa, entre 2015 a 2018, atravessando o mar Mediterrâneo.

A questão migratória está, por agora, mais calma, mas a Líbia será sempre importante na gestão de futuras crises. Contudo, os especialistas alertam que a situação pode ser mais complicada.

"A realidade é que as partes do conflito líbio são uma amálgama multifacetada e complexa de milícias. Mesmo que os dois líderes em conflito estejam dispostos a implementar o documento da cimeira de Berlim - e isso é uma grande incógnita -, o que farão os seus apoiantes no terreno?", questiona Stefano Marcuzzi, analista político Colégio da Fundação NATO.

Paz e reconciliação no longo prazo

O apoio europeu poderá ser civil, policial ou militar, pelo que ainda há muito debate a fazer pela frente, segundo Borrell.

"Depois de analisar a situação, surgiram várias hipóteses sobre o que pode acontecer nos próximos dias. Fomos encarregados de consultar os órgãos de trabalho do Conselho Europeu para depois apresentar aos governos propostas concretas de como implementar o cessar-fogo e reforçar o controlo do embargo de armas decretado pela ONU", explicou o chefe da diplomacia da UE, em conferência de imprensa final.

Só quando estiver claro que o cessar-fogo decretado a 12 de janeiro é respeitado, a longo prazo, pelas partes, é que a UE e a ONU voltarão a apostar num novo processo político para a reconciliação nacional. Um processo que poria fim a quase dez anos de conflito, iniciado em 2011 com a queda do ditador Muammar Kadafi.

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