A jovem sueca, de 17 anos, acusou a Comissão Europeia de se estar a render à passividade com uma proposta de lei para uma transição de 30 anos até à neutralidade carbónica
A sueca Greta Thunberg, de 17 anos, voltou faltar à escola para marcar presença em mais uma greve pelo planeta à sexta-feira.
Já são 81 as edições destas "Fridays for Future", como se tornou conhecido pelo mundo este movimento de protesto ambiental que mobiliza, desde agosto de 2018, milhões de jovens por todo o mundo no final de cada semana para exigirem mais ação e menos debate no combate às alterações climáticas.
Xander van Tilburg, de 16 anos, segue os passos de Greta e, à Euronews, sublinhou o facto de já terem alertado "muitas vezes" para o problema, mas não sente que os políticos deem ouvidos ao protesto. No entanto, sublinha: "É tempo de agir. Agora!"
Mathilde de Hemptinne, de 19 anos, promete que o movimento vai continuar a protestar. "Talvez com ações ainda mais fortes porque se não formos ouvidos desta forma, vamos ter de encontrar outra maneira de nos darem ouvidos", avisa, também ao microfone da Euronews.
O movimento "Fridays for Future" não aceita esperar por 2050 para alcançar a neutralidade carbónica. Os jovens exigem a transição imediata e não daqui a 30 anos como prevê a proposta de lei europeia apresentada esta semana, em Bruxelas, num evento para o qual foi convidada Greta Thunberg.
Para a jovem sueca, tornada ícone da luta contra as alterações climáticas, o prazo proposto pela comissão de Ursula von der Leyen representa "uma rendição". Greta é um dos 34 jovens ativistas pelo clima signatários de "uma carta aberta aos líderes europeus" a exigir ação imediata e não mais meras palavras.
"Nenhum plano, política ou compromisso será suficiente enquanto continuarmos a ignorar os limites de CO2 exigidos atualmente", lê-se na carta.
O vice-presidente da Comissão Europeia Franz Timmermans concorda que "seja o que for que alcancemos nos próximos cinco anos, e mesmo nos próximos trinta anos, ainda vamos ter de nos preparar para enfrentar os impactos das alterações climáticas".
"Como sabem, já ultrapassámos o tempo em que podíamos falar de adaptação porque isso seria admitir a nossa derrota", assumiu Timmermans.
A proposta europeia de uma nova lei climática ainda tem de ser debatida e aprovada pelo parlamento de cada Estado-membro e ainda vai demorar a ser aprovada, se o for.
Enquanto os políticos continuam a debater os objetivos ambientais europeus, o movimento juvenil "Fridays for Future" continua a promover a falta à escola às sextas-feiras para exigir mais futuro para o planeta.