União Europeia revê Política Comercial

A União Europeia precisa de rever a sua política comercial.
Há demasiados elementos a pressioná-la: a ascensão da China, o recuo dos Estados Unidos e, finalmente, a brutal irrupção da pandemia.
A necessidade existe, mas como remodelar o comércio?
Primeiro ponto: A Europa precisa de assegurar uma maior resiliência na cadeia de abastecimento e uma maior autonomia estratégica, como defende a eurodeputada Svenja Hahn.
Nos últimos anos, a União Europeia fez dos acordos de comércio livre um eixo central da sua política comercial. Foram alcançados acordos com o Canadá, Japão, e também com os países do Mercosul, na América Latina.
Mas a ratificação nos parlamentos nacionais tornou-se um pesadelo. O do Mercosul foi recentemente rejeitado pela Parlamento holandês, uma nação comercial tradicional.
Outro ponto que está a pressionar Bruxelas são os movimentos anti-comércio que estão a ganhar popularidade na Europa, como lembra a eurodeputada belga Saskia Bricmont.
Terceiro ponto: o multilateralismo também está em crise. A nível comercial, vimos o Presidente Donald Trump bloquear o mecanismo de resolução de conflitos da Organização Mundial do Comércio.
Mas será que isso significa que a globalização está a chegar ao fim? Os peritos que consultámos não vêem as coisas assim.
A Comissão Europeia está ciente de todas estas mudanças. E foi por isso que esta terça-feira lançou um processo de consulta que incluirá os Estados-Membros, as empresas e a sociedade civil.
As conclusões vão ser conhecidas até final do ano, incluindo uma comunicação com a nova visão da União Europeia sobre o comércio.