A União Europeia e a ONU co-organizam a quarta conferência de apoio à Síria e aos países vizinhos que albergam refugiados, de modo a angariar financiamento.
Uma década de guerra civil na Síria criou enorme sofrimento e destruição material, deixando milhões de pessoas sem meios para as necessidades básicas, e esta situação está a ser agravada pela crise da Covid-19.
A União Europeia e a ONU co-organizam a quarta conferência de apoio à Síria e aos países vizinhos que albergam refugiados, de modo a angariar financiamento.
Mas Hannah Neumann, eurodeputada ecologista alemã, vê na pandemia uma janela de oportunidade para encontrar uma solução de paz.
“Por causa da pandemia, os países que estavam a interferir na Síria, em particular o Irão, estão a ficar sem dinheiro. É preciso alguém quem pague a ajuda humanitária e os esforços de reconstrução. Penso que, efetivamente, a União Europeia deve usar esse financiamento para exigir, em troca, o regresso à mesa das negociações e fazer evoluir a situação na Síria no sentido em que ambicionamos, isto é, reformas políticas e luta contra a impunidade", explicou a eurodeputada, em entrevista à euronews.
O papel das sanções para acelerar a paz?
A União Europeia é o maior doador de ajuda humanitária ao país e também impôs sanções contra o regime do presidente Bashar Al-Assad.
Como a pandemia agravou a situação económica na Síria, algumas personalidades, incluindo o Papa Francisco, apelaram à suspensão das sanções.
“Não tenho certeza de que, neste momento específico, se deva continuar a sancionar a Síria. Creio que há razões políticas para o fazer, por forma a pôr termo ao conflito", disse David Crane, académico e fundador da organização "Responsabilidade Síria".
"A ideia será, talvez, pressionar a Rússia a acabar com a guerra já que esse país tem muita influência na região, bem como incluir o Irão nesse processo. Mas essas sanções acabam por ser, sobretudo, prejudiciais para os cidadãos da Síria que sofrem com o seu impacto", concluiu.
A conferência começou a 22 de junho e termina a 30 junho, com uma reunião ministerial com 80 delegados de vários países e organizações para encontrar soluções políticas para o conflito.