"Há cortes injustificáveis" no orçamento da UE

Os líderes da União Europeia podem ter chegado a acordo sobre o plano de recuperação económica, mas esses instrumentos orçamentais precisam do consentimento do Parlamento Europeu.
Os eurodeputados votarão, quinta-feira, uma resolução sobre o assunto, tendo o presidente do Parlamento, David Sassoli, apelado à abertura para fazer algumas alterações setoriais.
Os cortes no financiamento da inovação, saúde e clima são os mais polémicos, incluindo no famoso Fundo de Transição Justa para a transformação energética, reduzido a metade. Mas há pouco espaço de manobra, considera um analista.
"Os eurodeputados têm de aprovar o orçamento, mas não podem mudar o que foi decidido pelos líderes através da sua votação. Do ponto de vista político, é muito difícil para os eurodeputados dizerem não a algo que todos dizem, há várias semanas, que é urgente, porque a situação é grave e é necessário urgentemente distribuir algum dinheiro", referiu Eric Maurice, diretor da Fundação Robert Schuman.
Os eurodeputados também tinham uma posição mais exigente sobre condicionar a distribuição dos fundos ao respeito pelo Estado de direito e pediram novas fontes de recursos mais ambiciosas, mas em nome do compromisso essas áreas ficaram muito reduzidas.
O plano tem de ser aprovado, também, pelos parlamentos dos 27 Estados-membros, para entrar em vigor 1 de janeiro de 2021.