O executivo comunitário alerta que a livre circulação é a regra no chamado espaço Schengen e que eventuais alterações devem ser sempre feitas em dialogo com os países vizinhos afetados.
A Comissão Europeia foi interpelada a intervir sobre a decisão unilateral da Alemanha, no fim-de-semana, de reintroduzir controlos de fronteira para travar a Covid-19. Os vizinhos da Chéquia estão contra pelo impacto que causa nos trabalhadores transfronteiricos e suas famílias.
"Quanto tempo é que vai durar? Quais são as regras que as pessoas devem seguir? Há um grande problema para as pessoas que têm de atravessar a fronteira para ir trabalhar e que precisam de ser esclarecidas", disse Zuzana Vintrova, presidente da Associação de Trabalhadores Transfronteiriços da Chéquia, em entrevista à euronews.
As regiões da Baviera e da Saxónia, na Alemanha, encerraram a fronteira, no domingo à meia-noite, exceto para os cidadãos alemães que estejam de regresso país e para trabalhadores de profissões essenciais.
A medida visa travar novos surtos de Covid-19 a partir de pessoas que cheguem da Chéquia e da Áustria e que possam estar infetadas com as estirpes mais contagiosas.
Decisão deve ser tomada em diálogo com vizinhos
O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, disse, no Twitter, que está preocupado com decisões unilaterais e que vai enviar uma carta a todos os Estados-membros.
Na conferência de imprensa, segunda-feira, Christian Wigand, porta-voz de Reynders reiterou que se deve manter as fronteiras internas da União Europeia abertas o máximo possível: "Eu refutaria a noção de que a nossa reação é muito lenta. Estamos a falar de medidas que, frequentemente, são implementadas muito rapidamente. Estamos a acompanhar de perto todas estas questões, estamos a monitorizar e em contato com os governos dos Estados-membros. Volto a dizer que a nossa orientação é de que decisões devem ser tomadas em conjunto".
O executivo comunitário alerta que a livre circulação é a regra no chamado espaço Schengen e que eventuais alterações devem ser sempre feitas em dialogo com os países vizinhos afetados.