Até o momento, 14 mães solteiras participaram no curso e os exames estão marcados para junho. O projeto envolve 32 creches de Ghent que acolhem cerca de 1.200 crianças. Os coordenadores esperam no futuro alargar a ideia a outras cidades.
Mães solteiras e desempregadas enfrentam sérias situações de exclusão social e económica, sobretudo se também forem migrantes com pouca educação formal.
Na cidade belga de Ghent surgiu um projecto de formação gratuita em pueriultura com vista ao emprego em creches de jardins de infância.
Um oportunidade aproveitada por Herrat, originária do Gana: “Ensinam-nos muitas coisas. No início, eu não sabia de tudo isto, pensava que seria fácil trabalhar com crianças, mas depois percebi que havia muito a aprender! E quando terminamos os estudos e passamos nos exames, ficamos com mais autoconfiança e sabemos que podemos fazer muito. Sinto-me confiante e penso que mudei e que cresci".
Graças a este projeto, as instituições têm mais mão-de-obra qualificada, já que os cursos têm duração de dois anos.
Por outro lado, os filhos das formandas podem conviver com as crianças da instituição de forma gratuita, desenvolvendo competências de socialização.
Competências profissionais e pessoais
Há muitas candidatas estrangeiras que também usam este contexto para terem apoio na resolução de questões administrativas pessoais, sobretudo quando a língua é uma barreira.
“Esse apoio é muito importante porque é uma área difícil: todas as questoes práticas devem ser tratadas em holandês, muitas destas pessoas não sabem falar muito bem a língua, é difícil. Assim, facilitamos a sua integração e cria-se confiança. Penso que a confiança é muito importante”, explicou Tinker Von Craenenbroeck, gerente de uma creche.
O projeto é financiado com verbas da União Europeia para o combate à pobreza infantil e gerido pela Fundação Rei Baudoíno da Bélgica.
A formação é dada num sentido mais técnico para permitir um bom desempenho profissional das novas cuidadoras, mas também visa ensinar às formandas técnicas de empoderamento pessoal.
“Pensamos que este projecto dá às progenitoras a oportunidade de trazerem os filhos para a creche mas também a de crescerem a nível pessoal. Não se trata apenas de competências profissionais, mas também de competências pessoais e é nestas duas áreas que o formador está a trabalhar. Na verdade, o diálogo por parte do formador começa com a pergunta: Como está?”, afirma Bjorn Martens, coordenador de projeto da cidade de Ghent.
Até o momento, 14 mães solteiras participaram no curso e os exames estão marcados para junho. O projeto envolve 32 creches que acolhem cerca de 1.200 crianças. Os coordenadores esperam no futuro alargar a ideia a outras cidades.