"Estado da União": Polémica lei húngara anti-LGBTQI em destaque

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Sanções à Bielorrússia também marcaram a semana europeia

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De acordo com o dicionário, a palavra "respeito" refere-se ao processo de homenagear alguém, mostrando consideração pelos sentimentos, opiniões ou diferenças das pessoas. É um sentimento tão poderoso que a UEFA fez todos os jogadores do Euro 2020 envergarem equipamentos nacionais com a palavra "Respeito."

Mas quando a cidade de Munique pretendia iluminar a Allianz Arena com as cores do arco-íris durante um duelo da Alemanha contra a Hungria, a UEFA disse "Não." Acrescentou que o pedido entrava no campo político.

Ficou uma dúvida no ar. Se, por um lado, a UEFA promove o respeito em geral, o que dizer em relação às comunidades LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero, Queer e Intersexuais)?

Quando se abateu sobre a UEFA uma chuva de protestos, a organização publicou um tweet com o respetivo logótipo decorado com as cores do arco-íris. Tomava oficialmente posição dizendo que o "Pride Rainbow" está incorporado nos valores fundamentais, de uma sociedade mais justa e igualitária, tolerante com todas as pessoas.

Ainda assim, no mesmo tweet a UEFA justificava-se dizendo tudo aconteceu porque a Hungria estava a jogar e porque o assunto era político. No centro da polémica estão as críticas à mais recente lei anti-LGBTQI aprovada pela Hungria. Um assunto que chegou ao Conselho Europeu desta semana.

Desta vez invoca-se a proteção das crianças da propaganda homossexual.

"A lei é a favor das crianças húngaras e está agora a ser contestada na Europa ocidental. Querem manifestar-se misturando um evento desportivo que nada tem a ver com a legislação nacional, misturando um evento desportivo com a política", denunciou o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó.

Os parceiros europeus da Hungria não perderam tempo a denunciar a nova legislação. E foi como se já tivéssemos ouvido algo do género antes.

"A lei húngara é uma vergonha. Discrimina claramente pessoas com base na orientação sexual. E contraria todos os valores fundamentais da União Europeia. Estamos a falar da dignidade humana, da igualdade e dos direitos humanos fundamentais", lembrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O executivo húngaro respondeu à declaração dizendo que Ursula von der Leyen é que é uma "vergonha."

Bielorrússia e sanções

Esta semana, a União Europeia adotou um novo pacote de sanções contra a Bielorrússia, visando dezenas de pessoas e várias entidades estatais.

Na mira estão também, pela primeira vez, vários setores industriais-chave o que deve prejudicar a economia do país.

Neste sentido, estivemos à conversa com Svetlana Tikhanovskaya, rosto da oposição na Bielorrússia.

Stefan Grobe, Euronews - Falemos da última ronda de sanções. Está satisfeita com este esforço coordenado do oeste europeu?

Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição na Bielorrússia - Aprecio o facto de a lista de sanções ter sido imposta simultaneamente. E espero que eles entendam esta mensagem corretamente e que comecem a negociar com a sociedade civil. As nossas exigências passam pela libertação de todos os presos políticos, pelo fim da violência e início do diálogo com a sociedade civil para chegar a novas eleições este ano.

Stefan Grobe, Euronews - É uma opinião generalizada na Bielorrússia? As sanções vão afetar a economia do país? O que é que as pessoas pensam?

Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição na Bielorrússia - As pessoas não estão a sofrer por causa das sanções. Estão a sofrer por causa da ilegalidade e violência por parte do regime. Detesto ter de dizê-lo, mas desde agosto tentámos apelar ao regime ao nível diplomático, através da OSCE, da ONU, através de diferentes líderes, mediadores, e não fomos ouvidos. É por isso que estas sanções talvez sejam o único instrumento para influenciar o regime a pensar uma vez mais se é mesmo necessário agravar a situação económica na Bielorrússia.

Stefan Grobe, Euronews - Até agora, Lukashenko resistiu à tempestade de sanções praticamente imperturbável. Está confiante que ele ceda desta vez?

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Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição na Bielorrússia - Na nossa história, no passado, as sanções faziam o regime libertar presos políticos. Portanto, podemos concluir que desta vez as sanções são bastante poderosas. Desta forma, o regime verá que não há outra saída, apenas para iniciar o diálogo.

Stefan Grobe, Euronews - Mas se houver outra ronda de sanções e nada acontecer, a Bielorrússia pode tornar-se na Coreia do Norte da Europa?

Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição na Bielorrússia - Pode. Mas é isso que os bielorrussos não querem. Queremos desenvolver o nosso país para ser próspero, para se desenvolver democraticamente. E tenho certeza que com a ajuda da União Europeia, dos EUA e de outros países, conseguiremos impedir o regime dessa etapa.

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