Discussões inflamadas estiveram ausentes em Estrasburgo
As reações ao discurso sobre o Estado da União, proferido por Ursula von der Leyen no Parlamento Europeu em Estrasburgo, mostraram-se bem alinhadas com a lógica partidária.
Os grupos políticos do centro colocaram ênfase em desafios como os efeitos da pandemia sobre os mais vulneráveis.
"A pandemia exacerbou as dificuldades e desigualdades de um modelo económico injusto. Os grupos mais vulneráveis são os que mais sofreram e os que continuam a sofrer: idosos, crianças, trabalhadores do setor da saúde, pessoas com menos recursos e menos formação. Os imigrantes que nós também não esquecemos, correm o risco de ser bodes expiatórios de mensagens populistas e xenófobas", sublinhou a líder do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) no Parlamento Europeu, Iratxe García Pérez.
Os liberais, por outro lado, pediram a Ursula von der Leyen para combater o iliberalismo e os ataques ao Estado de Direito.
"Em quase toda a Europa, vemos centros de iliberalismo em desenvolvimento. Devem ser extintos, antes que o fogo se espalhe", lembrou o líder do grupo Renovar a Europa, Dacian Cioloş.
Da bancada verde ouviram-se alertas sobre ineficiências da política climática da Comissão Europeia e pedidos de uma transformação social profunda pela voz do co-líder do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, Philippe Lamberts: "Recordo que a transição ecológica só pode ser feita de forma solidária. Custa mais caro uma produção sustentável e justa. Por isso, é preciso transformar os nossos sistemas tributários e sociais para que todos possam viver com dignidade."
No geral, o debate inflamado esteve ausente. Grande parte dos eurodeputados parece estar consciente de que só cooperando é possível responder aos desafios pela frente.