Crise migratória no leste europeu precipitou aumento da pressão europeia sobre Minsk
Em Bruxelas, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) aprovaram, esta segunda-feira, o quinto pacote de sanções contra personalidades e organizações ligadas ao regime do presidente bielorrusso Aleksander Lukashenko.
Companhias aéreas, agências de viagens e outros intermediários no transporte de migrantes até Minsk também estão na mira do bloco comunitário, confrontado com uma crise migratória nas fronteiras externas da UE localizadas na Polónia e Lituânia.
"Conseguiremos atingir os responsáveis pela exploração de migrantes vulneráveis e por facilitar a passagem ilegal de fronteira para a UE", sublinhou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Apesar das sanções já em vigor, o presidente bielorrusso não abandonou a ofensiva contra a Europa, pelo contrário.
Recentemente, ameaçou cortar a passagem de gás natural em resposta a sanções futuras.
O analista Yauheni Preiherman disse à Euronews que a União Europeia não tem influência económica suficiente sobre a Bielorrússia.
"Infelizmente, o que temos observado no último ano é que em vez de diplomacia, a UE está apenas a falar sobre sanções. Isso levou a todas estas repercussões negativas. Por isso, penso que o que tem de ser feito é diplomacia adequada. Tem de haver adultos na sala, inclusive do lado da UE", sublinhou o fundador do Conselho de Diálogo de Minsk sobre Relações Internacionais.
Na sede da NATO, em Bruxelas, aguarda-se pelo momento em que a Polónia, ou outro aliado, ative o artigo 4 do Tratado de Washington, que precipitaria consultas de emergência sobre ação militar.
"Cabe a qualquer aliado da NATO invocar o artigo 4. Penso que o importante é que consultemos de perto os aliados da NATO e também trabalhemos em estreita colaboração com a UE", lembrou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Enquanto isso, nas fronteiras externas do bloco comunitário no leste europeu, milhares de pessoas permanecem bloqueadas expostas ao ao frio.