Viaturas estão estacionadas no porto de Zeebrugge sem data prevista para chegarem às estradas russas por causa das sanções da União Europeia contra Moscovo
Carros novos em folha, parados, sem data de saída. Com destino à Rússia, cerca de 8 mil ligeiros acumulam pó no porto belga de Zeebrugge.
São a face visível do impacto das sanções da **União Europeia (UE)**contra Moscovo, que também se sente nos portos do bloco comunitário.
Alguns carros não podem sair por causa do travão dos 27 às exportações de veículos avaliados em mais de 50 mil euros.
Outros não podem ser exportadosporque os portos europeus cerraram fileiras ao tráfego marítimo de e para a Rússia.
"Estes carros vieram do Extremo Oriente e têm como destino a Rússia. Já não serão exportados. (...) A alfândega disse eles têm de ficar aqui e estão bloqueados. Não sabemos até quando vão ficar assim. O meu palpite é que se procurem mercados alternativos para escoar as viaturas", disse, em entrevista à Euronews, Marc Adriansens, responsável pelo terminal de Operadores Internacionais de Viaturas no porto.
Em Zeebrugge - como em outros portos europeus - os contentores com mercadorias para a Rússia também se estão a acumular, atingindo negócios e consumidores russos, mas também as receitas do comércio na União Europeia.
Por aqui teme-se também o impacto de mais embargos da UE à energia russa.
"Há outras mercadorias, também embargadas, que estão em contentores. No negócio de contentores, existe o mesmo problema dos carros. Sei que há 1100 contentores bloqueados pelas mesmas razões. Mas, desde que o petróleo e o gás natural não sejam afetados, penso que o porto vai no bom caminho. O petróleo e o gás, especialmente o Gás Natural Liquefeito, é um dos grandes tráfegos vindos da Rússia para o porto de Zeebrugge. Se isso for interrompido, teria um grande impacto no porto", sublinhou Marc Adriansens.
Um embargo ao petróleo poderá fazer parte do sexto pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia, mas o passo está longe de gerar consenso entre os Estados-membros.
A Alemanha mostra-se relutante e a Hungria já fez saber, alto e bom som, que está contra.