Macron e Le Pen: duas visões em confronto sobre futuro de França na União Europeia

Emmanuel Macron e Marine Le Pen medem forças a 24 de abril
Emmanuel Macron e Marine Le Pen medem forças a 24 de abril Direitos de autor LUDOVIC MARIN/AFP or licensors
De  Gregoire Lory
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Os candidatos preparam-se para disputar a segunda volta das eleições presidenciais

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Na segunda volta das eleições presidenciais francesas de domingo há duas visões sobre a União Europeia (UE) em pé de guerra.

A divisão ficou ainda mais evidente no debate desta quarta-feira, entre Emmanuel Macron, o presidente recandidato, e Marine Le Pen, a candidata de extrema-direita. O primeiro é assumidamente pró-europeu. A segunda defende um projeto soberanista.

Le Pen acusa o rival de privilegiar a integração europeia em vez dos interesses dos franceses.

"Ele tentou defender o que começou a fazer a nível europeu, ou seja, avançar em tudo o que é a Europa das vacinas, a Europa da solidariedade e de mutualização das dívidas. Prometeu algumas reformas também, mas ele é a favor de mais integração, onde faz sentido, especialmente em matéria da ecologia", explicou, em entrevista à Euronews, Nathalie Brack, professora da Universidade Livre de Bruxelas.

Para a candidata da extrema-direira, Marine Le Pen, já não se trata de sair da União Europeia e do euro.

Quer reintroduzir controlos nas fronteiras internas do espaço Schengen, voltar à livre circulação de trabalhadores e promover uma preferência nacional no acesso às ajudas sociais.

Le Pen quer, igualmente, estabelecer a primazia do direito francês sobre o direito europeu. Para o rival Emmanuel Macron, o programa que defende é o prelúdio da saída de França da UE.

"É, em si mesmo, um 'Frexit' (saída de França da UE) que não se atreve a chamar as coisas pelo nome. Há uma série de propostas que constam do programa que exigem ou a saída da União Europeia, ou a revisão completa dos tratados europeus e, por isso, não é compatível com a União Europeia tal como conhecemos hoje. Então, de facto, mesmo que não se atreva a dizê-lo, o que está a propor é, se quiser pôr em prática o seu programa, uma saída da União Europeia tal como é hoje", sublinhou Nathalie Brack.

Essa é uma possibilidade que muitos temem.

O desfecho do escrutínio, que é quase um referendo ao futuro da UE, será acompanhado com impaciência em várias capitais europeias.

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