EU continua sem acordo sobre o embargo ao petróleo russo

Líderes europeus em Bruxelas
Líderes europeus em Bruxelas Direitos de autor Bo Amstrup/Bo Amstrup / Ritzau Scanpix
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No primeiro dia da cimeira de Bruxelas, os líderes dos 27 não alcançaram o compromisso sobre o embargo ao petróleo russo. A Hungria pede garantias

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"Acabem com as querelas internas e adotem as sanções", Foi este o teor da mensagem que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky dirigiu aos líderes da UE, por videoconferência no primeiro dia da cimeira extraordinária, em Bruxelas.

Zelenskyy disse: "As querelas na Europa têm de acabar (...), a Europa deve mostrar a sua força, porque a Rússia só entende o argumento da força",

Palavras a propósito da dificuldade que os 27 têm mostrado para se entenderem sobre o embargo petrolífero contra a Rússia.

Após quase um mês de intensos debates, a proposta que está sob a mesa é um embargo parcial, mas há quem não veja nela uma diluição das sanções.

Mark Rutte, o primeiro-ministro dos Países Baixos, disse aos jornalistas: "Não creio que estejamos a diluir. Se estivéssemos de acordo, esperemos que hoje ou amanhã, se não espero que seja esta semana ou no início da próxima, então isto abrangeria cerca de 2/3 das exportações de petróleo da Rússia. E porque a Alemanha e a Polónia anunciaram que querem acelerar o seu afastamento da dependência do petróleo russo, isso levaria potencialmente a uma eficácia de 90% do embargo petrolífero. Isso é enorme".

O otimismo reinava no início da reunião, mas a proposta pode nem sequer ser aprovada nos próximos dias.

O que está a ser discutido é proibir o petróleo entregue por navios, que representa 2/3 das importações, até ao final do ano, e permitir o trânsito através do oleoduto de Druzhba, cujo ramo norte serve a Alemanha, Áustria e Polónia, e o ramo sul a Hungria, a Chéquia e a Eslováquia.

Mas o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, continua a pedir garantias e a fazer exigências.

"É uma boa abordagem, mas precisamos de uma garantia de que, em caso de acidente com o oleoduto que atravessa a Ucrânia, teremos de ter o direito de obter o petróleo russo de outras fontes. Se o obtivermos, está bem", disse à entrada para a reunião.

A Hungria, um país sem litoral, depende do oleoduto de Druzhba para 65% do seu consumo de petróleo. Tinha-se oposto à proposta inicial de embargo, a menos que lhe tivessem sido concedidos pelo menos quatro anos e cerca de 800 milhões de euros de financiamento europeu para adaptar as suas refinarias.

Agora, Viktor Orban quer garantias de poder receber o petróleo russo mesmo que o oleoduto, que atravessa território da Ucrânia, seja afetado.

Há alguns estados membros preocupados que esta solução possa significar uma distorção da concorrência porque alguns países beneficiariam da compra de petróleo russo mais barato.

Mas a UE está sob pressão e precisa de um acordo para manter a credibilidade sobre as sanções contra a Rússia.

A maioria dos países acredita que é preciso reduzir a capacidade da Rússia financiar a guerra.

O Alto representante da União Europeia, Josep Borrell, mostra-se confiante: "Estou certo de que seremos capazes de procurar uma abordagem pragmática, a fim de avançar rapidamente na proibição da importação de petróleo da Rússia. Temos de parar o financiamento da máquina de guerra russa".

É necessária unanimidade para a adopção de sanções.

Segundo um diplomata, um acordo sobre um embargo progressivo limitado ao petróleo transportado por navio (ou seja, 2/3 das compras europeias de petróleo russo) poderia ser formalmente endossado "provavelmente esta semana" após a luz verde política dos líderes.

Berlim e Varsóvia também se comprometeram a parar as suas importações via Druzhba, mesmo que não sejam forçados a fazê-lo, de acordo com fontes europeias. No total, 90% das exportações de petróleo russo para a UE seriam afetadas.

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Para Moscovo, no entanto, é mais fácil encontrar outros compradores para as suas exportações por petroleiro do que por oleoduto.

O novo pacote de sanções, que está em negociação há um mês, inclui também uma expansão da lista negra da UE para cerca de 60 pessoas, incluindo o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca Kirill.

No segundo dia da cimeira, os líderes deverão abordar também a insegurança alimentar e a forma de retirar da Ucrânia os cereais bloqueados, ssim como a transformação energética europeia para acabar de vez com a dependência da Rússia.

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