"Não posso voltar para casa sem resultados", disse Zelenskyy em Bruxelas

O presidente Volodymyr Zelenskyy disse que "a Ucrânia está a ganhar" a guerra contra a Rússia e que o país deveria ser membro da União Europeia (UE) o mais cedo possível.
O apelo do presidente ucraniano foi feito numa rara viagem de dois dias fora da Ucrânia, que encerrou, esta quinta-feira, em Bruxelas, onde decorre uma cimeira da UE.
Zelenskyy também passou pelo Parlamento Europeu, onde proferiu um discurso. A euronews questinou-o sobre os objetivos concretos da viagem às instituições da UE, sobretudo se espera receber promessas de envio de aviões de combate.
"Simplesmente não tenho o direito de voltar a casa sem resultados. Isso depende dos parceiros e para mim, pessoalmente, é muito importante que todas as conversações que temos conduzam a resultados. Talvez seja ligeiramente impertinente, mas não é cínico. Este é um ponto de vista pragmático. E, para sermos pragmáticos, para sobrevivermos ao ataque de armas, precisamos de armas", respondeu Zelenskyy.
Sancionar a propaganda russa
O presidente ucraniano também insistiu que o novo pacote de sanções contra a Rússia deve incluir as indústrias nucleares e a produção de mísseis.
Atendendo que se espera uma ofensiva no primeiro aniversário da agressão (24 de fevereiro), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, explicou que o pacote vai visar diversas entidades, incluindo as ligadas à chamada máquina de propaganda russa.
"Nos próximos dias iremos propor o décimo pacote de sanções. Primeiro vamos impor sanções a vários líderes políticos e militares. Mas também, caro Volodymyr, ouvimos com muita atenção as suas mensagens quando o visitámos, na semana passada, em Kiev. Vamos atacar os propagandistas de Putin porque as suas mentiras estão a envenenar o espaço público na Rússia e no estrangeiro", disse Ursula von der Leyen, na conferência de imprensa conjunta.
Os chefes de Estado e de Governo dividiram-se em quatro grupos para poderem falar com mais proximidade com Zelenskyy. O primeiro-ministro de Portugal integra o grupo onde estarão os homólogos da Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e Malta.