Nesta edição do Estado da União há dois temas em destaque: o anúncio pela Comissão Europeia de um mecanismo para incentivar a produção de munições e os números do Relatório Global sobre Crises Alimentares.
Durante décadas, os países da União Europeia estiveram à "sombra" da proteção militar dos Estados Unidos através da NATO. O que significa que não têm investido muito na produção nacional de armas... até que a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia.
Esta semana, a Comissão Europeia apresentou um mecanismo para incentivar a produção de munições. Com um orçamento de 500 milhões de euros, o objetivo é cofinanciar projetos para a indústria de Defesa e tentar reforçar as credenciais geopolíticas do bloco.
258 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda
É do conhecimento geral que a guerra na Ucrânia teve um enorme impacto no abastecimento de energia, fertilizantes e alimentos, nomeadamente cereais, há mais de um ano.
A Iniciativa dos Cereais do Mar Negro ajudou a libertar milhões de toneladas de cereais dos portos ucranianos para países menos desenvolvidos, especialmente em África.
Mas o choque foi tamanho que, em 2022, o número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda aumentou para 258 milhões de pessoas em 58 países. São 65 milhões de pessoas a mais do que no ano anterior.
Os números do Relatório Global sobre Crises Alimentares foram apresentados esta semana por uma rede internacional criada há sete anos.
É uma aliança global entre as Nações Unidas, a União Europeia, bem como diferentes agências e organizações que trabalham para combater a crise alimentar.
Uma delas é a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, que realizou um evento de alto nível para apresentar os resultados e discutir soluções.
A Euronews entrevistou Lavinia Antonaci, analista da crise alimentar da FAO. "Em 2022, o relatório destaca que há 84 milhões de pessoas nestes países que têm a economia como principal fator de insegurança alimentar. E isto está particularmente ligado às consequências económicas da pandemia de COVID-19 e às ondas de choque da guerra na Ucrânia. As vulnerabilidades económicas, vulnerabilidades preexistentes, foram exacerbadas também pela guerra na Ucrânia", realça.
(Veja a entrevista na íntegra no vídeo)