Hungria bloqueia pacote para dar mais armas à Ucrânia

Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro
Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro Direitos de autor John Minchillo/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De  Sandor ZsirosIsabel Marques da Silva
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Uma nova tranche de 500 milhões de euros de financiamento do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz permitiria enviar mais material militar para a Ucrânia.

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Não há acordo sobre usar uma nova tranche de dinheiro do Mecanismo Europeu para a Paz para financiar o envio de armas para a Ucrânia, sendo as verbas usadas pelos Estados-membros para fazerem aquisições ou reporem os seus stocks. 

A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, segunda-feira, em Bruxelas, terminou sem unanimidade porque a Hungria bloqueia esta medida.

É a resposta do governo de Budapeste ao facto do OTP Bank, o maior do país, ter sido colocado na lista ucraniana de empresas europeias que estão alegadamente a patrocinar a ofensiva russa.

"Vamos opor-nos ao pagamento destes novos 500 milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz aos Estados-membros fornecedores de armas, enquanto a Ucrânia mantiver o banco OTP na lista de patrocinadores internacionais da guerra. O OTP é o maior banco húngaro, é um ator importante na economia húngara, e eu poderia dizer que estamos todos orgulhosos do OTP como banco húngaro", disse Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, em conferência de imprensa.

A agência anti-corrupção da Ucrânia acusou o banco húngaro de "conceder condições de crédito preferenciais aos militares russos, alegações rejeitadas pelo banco.

Empresas de outros países da UE na lista

Há outras entidades da UE nessa lista, que estão também a reagir de forma dura ao documento. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dizem que é importante que o governo da Ucrânia dialogue com essas empresas para esclarecer a situação.

Por seu lado, o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell,  disse que vai continuar a trabalhar para acabar com o impasse, num momento em que o governo de Kiev precisa de mais armas para a contra-ofensiva.

"De forma bilateral, multilateral, temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que o próximo pacote de apoio militar à Ucrânia seja aprovado. Se um Estado-membro tem uma dificuldade, vamos discutir o assunto. É isso que vamos fazer", afirmou, em conferência de imprensa.

São nove os Estados-membros da União Europeia que tem empresas na lista: Grécia, França, Itália, Austria, Belgica, Estónia, Alemanha, Hungria e Irlanda.

A lista não tem consequências jurídicas, mas apela ao boicote dos consumidores e pode ser um duro golpe na reputação das empresas.

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