A comunidade internacional prometeu doar 5,6 mil milhões de euros em subvenções na "Sétima Conferência sobre o apoio ao futuro da Síria e da região", quinta-feira, em Bruxelas.
A verba destina-se a ajudar 15 milhões de pessoas na Síria, devastada pela guerra, bem como os países vizinhos que acolhem refugiados sírios e que se encontram também eles numa situação económica difícil.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tinham pedido 10 mil milhões de euros para as necessidades humanitárias e de desenvolvimento.
"Esta é uma crise que afeta, naturalmente, as pessoas em causa, mas também todos os países vizinhos e o resto do mundo. Temos de apoiar a resiliência das comunidades, os serviços básicos e a economia local de forma a permitir que as pessoas mantenham a sua capacidade de ação", disse Ulrika Modéer, secretária-geral adjunta da ONU, em entrevista à euronews, em Bruxelas.
O terramoto que atingiu a Turquia e a Síria, em fevereiro passado, agravou a crise e as organizações não-governamentais locais na linha da frente não conseguem fazer face à situação.
A euronews falou com uma delas, a Violet, que opera na região noroeste controlada pelos rebeldes (sobretudo em Idlib e Alepo), com 1200 voluntários a tentarem ajudar jovens e mulheres. Estão também a gerir duas maternidades e dois hospitais para cuidados de saúde primários.
"Precisamos de financiamento flexível que possamos mobilizar e utilizar imediatamente quando temos catástrofes. Temos de manter a nossa capacidade de resposta a emergências", explicou Hisham Dirani, diretor-executivo da Violet, em declarações à euronews.
"A situação de insegurança, nomeadamente as operações militares inesperadas, é algo que torna a vida cada vez mais difícil e temos de tomar uma série de medidas", acrescentou Hisham Dirani.
Repatriação forçada?
Dos 6,8 milhões de sírios que deixaram o país, cerca de 5,2 milhões não estão longe de casa. A Turquia recebeu cerca de 3,2 milhões de refugiados e os restantes estão espalhados pelo Líbano, Jordânia, Iraque e Egipto.
Mas os líderes destes países falam cada vez mais em repatriar os sírios que acolheram.
Um dos argumentos é o facto de não haver perspetivas de uma alternativa política viável ao regime, em particular desde que a Liga Árabe readmitiu, em maio passado, o Presidente Bashar Al-Assad, que tinha sido expulso quando a guerra civil começou, em 2011.
"Se os países vizinhos da Síria passarem das palavras aos atos e começarem a repatriar os refugiados que acolhem há mais de uma década, os fluxos migratórios poderão alterar-se. Em vez de regressarem a casa, os refugiados poderão procurar outro porto seguro e a Europa é um destino provável", explica a correspondente da euronews em Bruxelas, Isabel Marques da Silva.