Uma vitória de Donald Trump nas primárias do Partido Republicano para escolher o candidato desse partido às eleições presidenciais dos EUA, em novembro, suscita preocupações na União Europeia (UE), nomeadamente entre eurodeputados.
O eventual regresso do antigo presidente republicano Donald Trump à Casa Branca poderia dificultar as trocas comerciais se regressassem medidas protecionistas. Durante o primeiro mandato de Trump, o governo impôs tarifas alfandegarias sobre vários produtos da UE, que estão agora suspensas.
"Não dormimos muito descansados. É verdade que o contexto mudou e mudou muito em relação aos anos anteriores, mesmo num contexto de guerra e de instabilidade mundial que poderia, por um lado, levar a posiçõdes mais brnadas", disse, à euronews, Tiziana Beghin, eurodeputada italiana independente.
"Por outro lado, também é verdade que, mesmo com a atual administração, - que tem decididamente um tom mais apaziguador r que levou a um congelamento dos problema, especialmente no que diz respeito às tarifas sobre o aço e ao alumínio -, não temos visto que o país seja extremamente cooperante", acrescentou.
O apoio crucial para a Ucrânia
A UE está tambem preocupada com a possível reversão do apoio político e militar dos EUA à Ucrânia, que tem sido determinante desde o início da guerra.
Os republicanos no Congresso já estão a bloquear a aprovação de um pacote financeiro e Trump foi sempre critico sobre ser um grande parceiro da UE neste domínio.
"O maior desafio em lidar com Donald Trump é o facto de ele ser tão imprevisível. Disse sobre a Ucrânia que a vai apoiar tanto quanto for necessário mas, por outro lado, está a questionar dar mais apoio dos EUA à Ucrânia. É óbvio que tem opiniões diferentes, pelo que nunca sabemos exatamente qual é a sua opinião", afirmou, à euronews, David McAllister, eurodeputado alemão do centro-direita e presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.
Depois da vitória no chamado caucus do Iowa, Trump e o seus concorrentes pela nomeação republicana, Nikki Haley e Ron DeSantis, vão defrontar-se no estado de New Hampshire.
DeSantis, o governador da Florida, e Haley, a antiga embaixadora de Trump nas Nações Unidas e ex-governadora da Carolina do Sul, também estiveram em campanha, na terça-feira, em New Hampshire. DeSantis obteve cerca de 21% dos votos em Iowa, 30 pontos percentuais atrás da estreita maioria de Trump e dois pontos à frente do terceiro lugar, de Haley.
O eleitorado de New Hampshire é menos conservador em termos religiosos e menos rural do que o de Iowa, factores que ajudam Trump nos caucuses. Se DeSantis e Haley não conseguirem capitalizar essas diferenças, poderão ver Trump manter um ímpeto que tornaria o resto do calendário das primárias republicanas pouco mais do que uma formalidade.