Defender o Pacto Ecológico Europeu perante os decisores políticos e os agentes financeiros e industriais de todo o mundo foi um dos objetivos da delegação da Comissão Europeia presente no Fórum Económico Mundial de Davos (Suíça).
O executivo comunitário quer atrair todos os participantes para aquele que é o projeto emblemático da União Europeia (UE) para um modelo de desenvovlvimento económico que não agrava as alterações climáticas, apesar de políticas concorrenciais que tornam o desafio mais complexo.
"É claro que temos de estar muito conscientes de que os subsídios estatais dos EUA e da China estão a tornar a vida muito difícil para as nossas empresas", disse, à Euronews, Maroš Šefčovič, vice-presidente da Comissão Europeia.
"É por isso estamos a ajustar as nossas política comercial e pública. Queremos assegurar às empresas, claramente, que estamos prontos a lutar pela nossa indústria e que queremos que elas não só fiquem, como prosperem na Europa", acrescentou.
Uma política com "duas pernas"
A Comissão Europeia admite que, face às dificuldades económicas e geopolíticas atuais, é difícil defender algumas medidas, e até sacrifícios, para evitar alterações climáticas catastróficas.
Mas o comissário responsável pela Ação Climática, Wopke Hoekstra, está confiante de que se atingirá a neutralidade de emissões poluentes no bloco, até 2050: "O que é muito importante é que, por um lado, continuemos a nossa ação em prol do clima", disse Hoekstra.
"Mas, ao mesmo tempo, temos que garantir respeito pelas justas preocupações com a competitividade, com as pessoas poderem ter condições de vida decentes e a vida que ambicionam, e qu isso é algo possível. Penso que podemos juntar estes dois elementos e que é perfeitamente possível, e mesmo necessário, apoiarmo-nos nestas duas pernas: a ação climática e a garantia de que ajudamos as populações", afirmou o comissário.
As alterações climáticas têm sido identficadas em estudos e sondagens como um dos temas mais importantes nas eleições europeias.