"Estado da União": Escândalos políticos "aquecem" campanha eleitoral

Polícia junto as manifestantes contro a conferência do Conservadorismo Nacional em Bruxelas
Polícia junto as manifestantes contro a conferência do Conservadorismo Nacional em Bruxelas Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
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De  Stefan Grobe
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Uma nomeação polémica pela presidente da Comissão Europeia para um cargo altamente remunerado e a atribulada conferência de populistas de extrema-dreita em Bruxelas são sinais de que está a "aquecer" a campanha para as eleições europeias.

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A Comissão Europeia nomeou o eurodeputado democrata-cristão alemão Markus Pieper, em janeiro, para um novo cargo como enviado especial para as pequenas e médias empresas, o que provocou protestos logo nessa altura.

Markus Pieper teve uma pontuação inferior a outros candidatos para o cargo remuerado com cerca de 20 mil euros mensais. O recrutamento suscitou acusações de clientelismo, uma vez que Pieper pertence ao mesmo partido da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que se recandidata ao cargo.

Além de quatro comissários terem pedido a revisão do processo, o Parlamento Europeu aprovou um moção no mesmo sentido e o nomeado acabou por desistir do cargo.

Outra polémica, esta semana, que mostra como o confronto partidário e ideológico está a "aquecer" a menos de dois meses das eleições europeias foi a conferência de populistas de extrema-direita oriundos de vários países europeus, em Bruxelas.

Depois de terem de escolher, à última da hora, um terceiro local para se reunirem - os outros dois locais anularam o contrato devido à controvérsia suscitada por movimentos antifascistas -, os orgnazidores foram confrontados com a polícia, que queria impôr a decisão de um autacara de encerrar o evento, o que acabaria por ser revertido por um tribunal.

Violação da liberdade de expressão e do direito a reunir pacificamente foram argumentos usados pelos organizadores para criticar as autoridades, tendo o movimento capitalizado a polémica.

O caso Pieper e o da conferência podem dar argumentos aos que dizem que o sistema democrático na União Europeia está em risco e a euronews debateu o tema com Kevin Casas-Zamora, secretário-geral do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, com sede em Estocolmo (Suécia).

"Eu atribuiria a culpa ao populismo, à polarização e à pós-verdade. Acho que é aí que está a raíz do problema, particularmente a polarização. Muitas pessoas provavelmente desconfiarão do sistema eleitoral se a sua tribo não sair vitoriosa. (...) E devemos recordar o impacto do que aconteceu nos EUA, em 2020, com  Donald Trump a minar a credibilidade das eleições, que teve certamente ramificações globais", disse o analista.

(Veja o programa na íntegra no vídeo)

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