Governo decidiu ceder aldeias fronteiriças ao Azerbaijão. Primeiro-ministro assegurou que decisão foi tomada para manter a paz com Baku.
Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo na Arménia, pedindo a demissão do primeiro-ministro, Nikol Pashinyan, após o Governo ter decidido ceder aldeias fronteiriças ao Azerbaijão.
A polícia da Arménia diz ter detido 226 manifestantes, cita a AFP, na rede social X.
Os manifestantes concentraram-se na Praça da República, na capital Erevan, num protesto liderado pelo arcebispo Bagrat Galstanian. O líder religioso pertence à região de Tavouch, onde se situam as aldeias cedidas.
Os protestos começaram a surgir no mês passado, após o Governo ter concordado devolver quatro aldeias fronteiriças a Baku. Embora a cedência de território tenha motivado a contestação inicial, o movimento tomou novos contornos e dá agora voz a um amplo leque de críticas a Pashinyan e ao governo.
A Arménia controlava os territórios em causa desde a década de 90.
Os residentes das cidades vizinhas alegam que a medida isola o resto do país e acusam Pashinyan de ceder o território, sem receber nada em troca. Já o primeiro-ministro assegurou que esta decisão foi tomada para manter a paz com Baku.
A decisão foi tomada após uma campanha militar em setembro, durante a qual os militares do Azerbaijão pressionaram as autoridades separatistas arménias na região de Karabakh a renderem-se.
Depois de o Azerbaijão assumir o controlo total de Karabakh, cerca de 120 mil pessoas fugiram da região.
Combatentes apoiados por forças arménias assumiram o controlo de Karabakh em 1994, no final de uma guerra de seis anos. O Azerbaijão recuperou alguns territórios através de combates em 2020 que terminaram com um armistício, através de uma força de manutenção da paz russa, que começou retirar-se este ano.
Pashinyan disse que a Arménia precisa de definir rapidamente a fronteira com o Azerbaijão para evitar uma nova vaga de hostilidades.