O partido da primeira-ministra italiana deverá conseguir um resultado histórico nestas europeias. Meloni encabeça a lista, mas não irá assumir o cargo em Bruxelas.
Tudo indica que as próximas eleições europeias serão mais um êxito político para a primeira-ministra italiana de direita, Giorgia Meloni. De acordo com a última sondagem Euronews-Ipsos, Meloni tem 27% das intenções de voto, muito acima de qualquer um dos rivais.
Os adversários, o Partido Democrático e o Movimento Cinco Estrelas, estão respetivamente a oito e dez pontos de distância.
Meloni é a única primeira-ministra europeia que está efetivamente a concorrer às eleições. No entanto, esta medida é vista sobretudo como um teste à força interna, uma vez que, se for eleita, não ocupará o lugar em Bruxelas.
No próximo Parlamento Europeu, o seu partido, Irmãos de Itália, deverá juntar-se a uma coligação de direita mais alargada.
Diz Lorenzo Pregliasco, especialista em sondagens e fundador da YouTrend: "Apesar do claro crescimento dos grupos de direita a nível europeu - ECR (Conservadores e Reformistas Europeus) e ID (Identidade e Democracia) - as expectativas são de que a coligação continue a existir e que essa coligação continue a incluir o Partido Popular Europeu (PPE) e o grupo socialista. O centro continuará a ser a pedra angular da política europeia, também no novo parlamento"
Apesar de uma boa relação de trabalho com a presidente da Comissão Europeia, Urusula Von der Leyen, Meloni tem um historial de oposição à UE.
O manifesto eleitoral, relativamente conciso, é uma repreensão total a Bruxelas e à forma como o executivo comunitário lidou com os maiores problemas que enfrentou nos últimos anos: A pandemia de COVID-19, a guerra, bem como a crise energética e económica.
"Itália pode mudar a Europa. E digo-vos mais: já o começou a fazer. Fizemo-lo, por exemplo, em relação à migração. Se hoje a União Europeia já não fala de migração descontrolada, é graças ao que a Itália fez com este governo no último ano e meio”, diz Giorgia Meloni.
Uma das principais promessas eleitorais é alterar radicalmente o Pacto Ecológico Europeu, que diz ser "uma loucura economicamente insustentável", tanto para os agricultores como para os consumidores.
A primeira-ministra italiana e candidata a eurodeputada reitera também o seu apelo para acabar com a migração ilegal e intensificar os repatriamentos. Mas apela igualmente a mais políticas de bem-estar social para contrariar o declínio das taxas de natalidade.