Socialistas venceram por um ponto percentual e elegem oito eurodeputados, mais um do que a AD. Chega mantém-se como terceira força política e vê IL muito perto, tendo ambos os partidos conseguido dois mandatos cada. Bloco e CDU reduzidos a um deputado cada. Livre e PAN fora da Europa.
O Partido Socialista (PS) venceu as eleições europeias em Portugal por uma margem muito reduzida, inferior a um ponto percentual, e elege oito eurodeputados, perdendo um mandato face a 2019.
A AD ficou em segundo lugar, a uma distância inferior a 40 mil votos, conseguindo sete assentos e mantendo o número de deputados que PSD e CDS coligados tinham obtido há cinco anos.
"O PS é hoje a primeira força política em Portugal”, afirmou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, numa leitura nacional das eleições europeias. O líder socialista sublinha que o triunfo do PS é um alerta para o governo da AD.
"A estratégia de um governo que ignora a oposição foi chumbada nesta eleição”, declarou.
"Os portugueses voltaram a mostrar que confiam no PS", disse a cabeça-de-lista dos socialistas Marta Temido, frisando que se tratou de "uma vitória das mulheres".
Já Sebastião Bugalho, cabeça-de-lista da AD assumiu "com humildade democrática" que a vitória é de Marta Temido, mas garantiu ao mesmo tempo que "este não é um dia de derrota para a AD”.
Bugalho realçou ainda que os resultados permitem manter a delegação portuguesa de sete deputados no PPE.
O primeiro-ministro Luís Montenegro reconheceu que a AD "não cumpriu o objetivo", mas sublinhou que teve "mais votos do que há cinco ou dez anos".
Chega cai a pique
O Chega, com 9,8% dos votos, mantém-se como a terceira força política em Portugal, embora tenha sofrido uma forte quebra relativamente às legislativas de março. O partido de André Ventura coloca dois deputados na Europa, tal como a Iniciativa Liberal, que ficou em quarto lugar (9,1%), a menos de 30 mil votos. Os dois partidos estreiam-se no Parlamento Europeu.
André Ventura, líder do Chega, assumiu responsabilidade pelo resultado, recusando, ainda assim, que a votação seja o reflexo das posições do partido no Parlamento.
"São eleições completamente diferentes, votou muito menos gente, não se estava a escolher o candidato a primeiro-ministro", salientou Ventura, que rejeitou fazer uma extrapolação nacional.
Tanger Corrêa, cabeça-de-lista do Chegaa, reconheceu que "não foi um bom dia" para o partido.
Quanto a Cotrim de Figueiredo, cabeça-de-lista da IL, falou de "uma grande vitória" e do "melhor resultado de sempre" do partido, prometendo que os liberais vão continuar a crescer.
Esquerda desce
O Bloco de Esquerda ficou na quinta posição, com cerca de 4,3%, seguido da CDU (4,1%), que teve menos cinco mil votos do que os bloquistas, com ambas as forças políticas a baixarem a representação na Europa de dois para um eurodeputado cada.
"Este é um momento de luta para toda a Europa", referiu a cabeça-de-lista do Bloco, Catarina Martins, prometendo lutar contra a extrema-direita.
João Oliveira, cabeça-de-lista dos comunistas, diz que levará "a voz do povo" ao Parlamento Europeu em nome de "um Portugal mais democrático, desenvolvido e soberano".
Livre e PAN fora da Europa
O Livre, que tinha sido uma das supresas pela positiva nas legislativas de março ao ultrapassar os 200 mil votos, alcançou apenas 3,8%, mais do dobro do que no último sufrágio europeu, o que, ainda assim, foi insuficiente para selar a estreia no Parlamento Europeu.
"É uma noite triste", confessou Francisco Paupério, cabeça-de-lista do Livre.
Fora da Europa está também o PAN (1,2%), que não chegou aos 50 mil votos quando em 2019 tinha granjeado perto de 170 mil, tendo sido mesmo superado pelo ADN (1,4%).