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Berlinenses queixam-se das rendas elevadas e da falta de alojamento na capital alemã

Rendas habitação em Berlim
Rendas habitação em Berlim Direitos de autor Clemens Bilan/MTI/MTI
Direitos de autor Clemens Bilan/MTI/MTI
De  Kristina Jovanovski
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Artigo publicado originalmente em inglês

Na Alemanha, os preços das rendas não podem ser superiores a 10% da renda média da zona onde a habitação se localiza. No entanto, isto nem sempre acontece.

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Como muitos berlinenses, o estudante Jim Berghäuser está à procura de um novo apartamento na capital alemã. Isto porque viver nos arredores da cidade significa fazer uma viagem de uma hora e meia para chegar à universidade.

"Para mim, o problema é que o apartamento que tenho agora fica muito longe de tudo, o que faz com que as pessoas se sintam um pouco sozinhas, porque se precisarmos de muito tempo para chegar a algum lado, não vamos a lado nenhum a maioria das vezes. E eu perco muito tempo todos os dias para chegar à universidade", disse Berghäuser, um estudante de Direito e membro da Aliança contra a Deslocação e a Loucura das Rendas.**

A Associação de Inquilinos de Berlim indica que um dos fatores que dificulta a procura de casa a longo prazo é a quantidade de apartamentos temporários mobilados que são oferecidos sem controlo de rendas.

Na Alemanha, os preços das rendas das habitações não podem ser superiores a 10% da renda média de uma zona, mas há exceções. Uma delas é quando o apartamento é para uso temporário, sendo que os proprietários podem cobrar mais se estiver mobilado.

Ministério da Justiça diz que não há necessidade de alterar a lei

A associação diz que estes apartamentos podem ser cinco vezes mais caros do que os preços de aluguer habituais e que estão a prejudicar as pessoas que procuram contratos ilimitados com rendas controladas. Para além disto, apela ao ministério da Justiça, liderado pelo Partido Democrático Livre (FDP), pró-empresarial, para que reforce as leis do arrendamento.

A Associação de Inquilinos de Berlim também quer que os proprietários sejam obrigados a mostrar quanto vale a mobília e quanto está a ser cobrado pelo apartamento em si, argumentando que isso acabará por diminuir os preços exorbitantes. Mas o ministério da Justiça informou que não vai alterar a lei.

"Parece que o FDP, o Partido Democrático Livre, só está a favor dos senhorios e não faz nada em relação aos inquilinos. Não fazem nada em relação a mudanças que possam regular o mercado", afirmou Ulrike Hamann-Onnertz, diretora da Associação de Inquilinos de Berlim.

O ministério da Justiça disse à Euronews que não vê necessidade de alterar a lei no que diz respeito ao alojamento mobilado e que a construção de novos apartamentos ajudará a combater o aumento das rendas a longo prazo.

Citou, inclusive, um relatório feito pela empresa de consultoria Oxford Economics para o ministério sobre o controlo das rendas e a habitação mobilada, que concluiu que a construção de novas habitações poderia aumentar a oferta.

O grupo parlamentar do FDP indicou à Euronews que a tónica deve ser colocada na construção mais rápida e barata, em vez de nos regulamentos.

Crise na construção de habitação

Mas o aumento dos custos e a inflação elevada provocaram uma crise na construção de casas, estando esta muito abaixo dos objetivos do governo.

A Alemanha tem uma das percentagens mais elevadas de inquilinos em relação aos restantes países da Europa. No entanto, não é o único país a lutar contra os alugueres de curta duração.

Espanha prepara-se para investigar empresas como a Airbnb, com o intuito de verificar se os alojamentos têm licenças para turismo.

Quanto a Jim, o jovem confessa que se tornou cínico em relação a encontrar um apartamento depois de ter procurado durante um ano e meio.

"É sempre uma sensação de energia quando se vê um apartamento que se quer e se entra em contacto. Sabemos que receberam a nossa mensagem. Temos uma oportunidade e ficamos felizes por um momento, ficamos com esperanças. E depois, em 99% dos casos, no dia seguinte ou mesmo alguns minutos mais tarde, ou por vezes semanas mais tarde, recebemos um "não"", explicou Berghäuser.

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O ministro das Obras Públicas da Alemanha diz que o governo vai apresentar uma estratégia que visa a deslocação da população para o campo, devido à falta de habitação nas grandes cidades.

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