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Proibição de um ano do TikTok na Albânia povoca a ira dos jovens utilizadores

O Tiktok pertence à empresa Bytedance.
O Tiktok pertence à empresa Bytedance. Direitos de autor  AP Photo
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De Gavin Blackburn com AP
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O primeiro-ministro Edi Rama disse no sábado que o TikTok seria bloqueado no novo ano, culpando a plataforma pelo aumento dos incidentes de violência e bullying, especialmente entre os jovens.

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A decisão do governo albanês de encerrar a plataforma de streaming de vídeo TikTok durante um ano foi recebida com fúria por alguns dos utilizadores no país,

No sábado, o primeiro-ministro, Edi Rama, disse que o TikTok iria ser bloqueado a partir do próximo ano, culpando a rede social pelo aumento dos incidentes de violência e bullying, especialmente entre os jovens.

"Não estamos de acordo, nem eu nem os meus colegas, porque não é o TikTok que está a provocar discussões entre nós. O TikTok é algo através do qual divulgamos a nossa vida quotidiana e nos entretemos. Ou seja, exploramo-lo durante o nosso tempo livre. Não concordamos com isto porque é uma privação", diz Samuel Sulmani, um utilizador de 18 anos.

Outros jovens utilizadores do TikTok têm a mesma opinião.

"O TikTok é uma aplicação de entretenimento e diversão para nós", diz Laura Legisi.

Dajana Marku afirma que "o TikTok não tem impacto na vida quotidiana. Não tem qualquer ligação com os eventos que ocorreram".

Logótipo do TikTok num telemóvel
Logótipo do TikTok num telemóvel AP Photo

As autoridades albanesas realizaram 1.300 reuniões com professores e pais após a morte de um adolescente em meados de novembro, esfaqueado por outro jovem após uma discussão que alegadamente começou online.

Rama, falando numa reunião municipal, disse que o TikTok "seria totalmente fechado para todos. Não vai haver TikTok na República da Albânia", uma medida que terá sido apoiada por 90% dos pais e professores com quem o Governo falou.

O primeiro-ministro disse que o encerramento iria começar no próximo ano, mas não especificou uma data.

A indignação com a proibição também foi manifestada a nível político.

"A decisão ditatorial de encerrar a plataforma de redes sociais TikTok é um ato grave contra a liberdade de expressão e a democracia", afirmou Ina Zhupa, deputada do Partido Democrático, o principal partido da oposição. "É um ato puramente eleitoral e um abuso de poder para suprimir as liberdades".

A Albânia realiza eleições parlamentares no próximo ano.

O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, durante uma conferência de imprensa em Budapeste, 7 de novembro de 2024
O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, durante uma conferência de imprensa em Budapeste, 7 de novembro de 2024 AP Photo

Após a decisão de Tirana, o TikTok pediu "clareza urgente ao governo albanês" no caso do adolescente esfaqueado.

A empresa disse que "não encontrou provas de que o agressor ou a vítima tivessem contas no TikTok e várias notícias confirmaram que os vídeos que levaram a este incidente foram publicados noutra plataforma e não no TikTok".

Mas no domingo, Rama disse que a decisão de bloquear o TikTok "não foi uma reação precipitada a um único incidente", mas sim "uma decisão cuidadosamente considerada, tomada em consulta com as comunidades de pais em escolas de todo o país".

"Ou o TikTok protege as crianças da Albânia ou a Albânia protege as suas crianças do TikTok", afirmou numa publicação em albanês e inglês no X.

As crianças albanesas constituem o maior grupo de utilizadores do TikTok no país, de acordo com investigadores nacionais.

Tem havido uma preocupação crescente entre os pais após relatos de crianças que levam facas e outros objetos para a escola para os usarem em brigas ou casos de bullying promovidos por conteúdos que veem no TikTok.

A Albânia é um país demasiado pequeno para impor ao TikTok uma alteração do seu algoritmo de modo a não promover "a reprodução do inferno interminável da linguagem do ódio, da violência, do bullying, etc.", escreveu o Governo em comunicado.

As autoridades criaram uma série de medidas de proteção nas escolas, a começar por uma maior presença policial, programas de formação e uma cooperação mais estreita com os pais.

As autoridades albanesas afirmaram que iriam acompanhar a reação da empresa e de outros países a este encerramento de um ano, antes de decidirem se autorizam a empresa a retomar a sua atividade.

A decisão da Albânia surge depois de vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Bélgica, terem introduzido restrições ao acesso das crianças às redes sociais.

Em novembro, a Austrália deu um passo em frente, proibindo totalmente as redes sociais para todos os jovens com menos de 16 anos.

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