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Perceção da corrupção está a piorar em toda a UE, alerta índice da Transparência Internacional

ARQUIVO: Pessoas seguram uma grande bandeira da União Europeia durante um protesto com centenas de pessoas em Bucareste, Roménia, no domingo, 3 de dezembro de 2017.
ARQUIVO: Pessoas seguram uma grande bandeira da União Europeia durante um protesto com centenas de pessoas em Bucareste, Roménia, no domingo, 3 de dezembro de 2017. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Kieran Guilbert
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A Hungria foi o país da UE com pior desempenho no Índice de Perceção da Corrupção anual da ONG, enquanto a Dinamarca obteve a melhor classificação. Portugal foi um dos piores da Europa Ocidental.

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A corrupção nos países da UE piorou pelo segundo ano consecutivo, de acordo com um índice anual divulgado na terça-feira, que classificou a Hungria como o pior desempenho do bloco e encontrou grandes economias como a França e a Alemanha a recuar.

A Transparência Internacional (TI), que compila o Índice de Perceção da Corrupção, afirmou que, dos 180 países inquiridos, cerca de um quarto registou a pontuação mais baixa desde que a ONG começou a utilizar a metodologia atual para a sua classificação global, em 2012.

O índice da TI mede a perceção da corrupção no sector público de acordo com 13 fontes de dados, desde o Banco Mundial a empresas privadas de consultoria e risco, classificando os países e territórios numa escala de 0 a 100, de "altamente corruptos" a "muito limpos".

A média regional para a Europa Ocidental e a UE foi de 64 este ano, contra 65 no ano passado. Antes de 2023, esta pontuação não descia há cerca de uma década, segundo a TI.

A capacidade da Europa para combater a corrupção está a ficar aquém das expetativas, dificultando a resposta do bloco a desafios que vão desde a crise climática ao enfraquecimento do Estado de direito e à sobrecarga dos serviços públicos, segundo o relatório deste ano.

Durante algum tempo, as lacunas legais, a fraca aplicação da lei e a escassez de recursos impediram os países da UE de combater eficazmente a corrupção, afirmam os analistas europeus da TI.

"Mas agora, alguns governos estão a ir mais longe, minando ou politizando os quadros anti-corrupção e permitindo a erosão do Estado de direito", escreveram na terça-feira.

Hungria e Eslováquia em destaque

No fundo da classificação regional da Europa Ocidental e da UE está a Hungria, com uma pontuação de 41, menos um ponto do que no ano passado. A TI destaca a "corrupção sistémica e o declínio contínuo do Estado de direito" durante os 15 anos de governação do primeiro-ministro Viktor Orbán.

O relatório faz referência às recentes sanções impostas pelos EUA a Antal Rogán, funcionário do governo húngaro, chefe de gabinete do primeiro-ministro e colaborador próximo de Orbán, por alegada corrupção relacionada com a distribuição de contratos públicos a supostos aliados.

Orbán e o seu partido no poder, o Fidesz, têm negado repetidamente as alegações de corrupção.

A Bulgária, a Roménia e Malta foram os outros países da região com resultados mais baixos, enquanto a Eslováquia foi apontada como um país a observar, depois de a sua pontuação ter descido cinco pontos, para 49, no primeiro ano completo do governo do primeiro-ministro Robert Fico.

"Numerosas reformas corroem os controlos anti-corrupção e contornam a consulta pública", refere o relatório.

Nas últimas semanas, têm-se registado grandes manifestações em Bratislava, a capital da Eslováquia, com os manifestantes a acusarem Fico de minar os valores democráticos e de se aproximar da Rússia. Fico tem afirmado que os seus opositores estão a tentar derrubar o governo.

Portugal obteve 57 pontos em 100, fixando-se na 43.ª posição entre os 180 países - um dos piores da Europa Ocidental.

Corrupção e crise climática interligadas

A TI referiu ainda que a França desceu quatro pontos, para 67, e a Alemanha desceu três pontos, para 75, em parte devido à influência dos lobbies empresariais nas políticas e ações climáticas.

"Dois dos maiores desafios que a humanidade enfrenta estão fortemente interligados: a corrupção e a crise climática", afirmou a TI no prefácio do índice deste ano.

A falta de transparência adequada e de mecanismos de responsabilização aumenta o risco de os fundos climáticos serem mal utilizados ou desviados, enquanto os conflitos de interesses entre políticos e o lobby das indústrias poluentes sobre os decisores são uma preocupação, segundo o relatório.

"Estes factores têm impedido a adoção das políticas e medidas ambiciosas necessárias para enfrentar as alterações climáticas, favorecendo os interesses de grupos restritos em detrimento do bem comum", afirmou a TI.

"A crise da corrupção é um enorme obstáculo à resolução da crise climática".

A média global do índice permaneceu inalterada desde 2023 em 43, com mais de dois terços dos países com pontuação abaixo de 50.

Os países que obtiveram as melhores pontuações a nível mundial foram a Dinamarca - o seu sétimo ano consecutivo na cimeira - com 90 pontos, a Finlândia com 88 e Singapura com 84. O Sudão do Sul obteve apenas oito pontos, ultrapassando a Somália em um ponto e tornando-se o país com o pior desempenho do mundo este ano.

Outras fontes • AP

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