A Polónia, há muito conhecida como um dos países europeus mais dependentes do carvão, está a embarcar numa nova viagem rumo às energias limpas. A Euronews faz uma viagem de barco pelo Mar Báltico para visitar o primeiro parque eólico offshore em território polaco.
Outrora dependente do carvão, para a maior parte da sua eletricidade, o país de 36 milhões de habitantes, que detém atualmente a presidência rotativa da UE, está a tentar reduzir a sua dependência deste combustível fóssil.
Com muitas minas a tornarem-se não rentáveis e as antigas infraestruturas em declínio, o governo polaco do primeiro-ministro Donald Tusk planeou o encerramento gradual das instalações de produção de carvão no sul do país.
Enquanto as regiões carboníferas do país se conformam com esta mudança, o norte da Polónia, adjacente ao Mar Báltico, está em plena expansão.
Ignacy Niemczycki, vice-ministro da Chancelaria, falou aos jornalistas a bordo do navio de passageiros "Jantar" e disse à Euronews que "o parque eólico deverá ter um ciclo de vida de até 30 anos" e será uma parte importante da transição energética.
"É do interesse da economia polaca investir nas energias renováveis, no nuclear e no gás para estabilizar a rede", disse o ministro à Euronews.
Baltic Power - empresa comum entre a ORLEN e a Northland Power
Situado a 23 quilómetros da costa norte, perto de Choczewo e Łeba, o parque eólico é um dos mais avançados projetos de energias renováveis da zona económica polaca.
Prevê-se que a capacidade final do projeto atinja os 1140 MW, o suficiente para fornecer eletricidade a cerca de 1,5 milhões de lares polacos.
Polónia também vai investir no nuclear
As energias renováveis serão apenas uma parte do cabaz energético polaco, porque os planos para a primeira central nuclear, que também se situará na costa norte do Mar Báltico, foram postos em prática durante o anterior governo do partido "Lei e Justiça" (PiS) e prosseguidos pela atual coligação governamental do primeiro-ministro Donald Tusk.
Niemczycki disse à Euronews que está a ser considerado um segundo projeto nuclear e que a Polónia está atenta ao Canadá, que está a experimentar a primeira mini central nuclear de sempre, conhecida como os "Pequenos Reatores Modulares" (SMRs).
Os SMR podem potencialmente produzir até 300 MW(e) por unidade.
"Nos próximos 15 anos, assistiremos a uma grande mudança no cabaz energético da Polónia", afirmou Niemczycki.
"O nuclear tornar-se-á a nova base de referência, com as energias renováveis e o gás a proporcionarem flexibilidade e estabilidade."