Presidente dos EUA foi recebido calorosamente pelo rei neerlandês Willem-Alexander e pelo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, num jantar com outros líderes da NATO no palácio real de Haia.
O presidente dos EUA, Donald Trump, introduziu um grau de incerteza quanto à adesão dos Estados Unidos aos compromissos de defesa mútua especificados no tratado da NATO, enquanto se dirigia para a cimeira - comentários que podem reavivar a preocupação de longa data dos aliados europeus quanto ao seu compromisso com a aliança militar.
"Depende da sua definição", disse Trump aos jornalistas enquanto se dirigia para Haia, onde se realiza a cimeira deste ano. "Há várias definições do artigo 5º. Vocês sabem disso, certo? Mas eu estou empenhado em ser amigo deles".
Mais tarde, a bordo do Air Force One, Trump disse que está "empenhado em salvar vidas" e "empenhado na vida e na segurança", mas não se alongou mais.
Trump e outros líderes da NATO chegaram ao Palácio Real de Haia, nos Países Baixos, na terça-feira à noite para um jantar real.
O rei Willem-Alexander dos Países Baixos, a rainha Máxima e a princesa Catharina-Amalia foram os anfitriões do jantar para os líderes da aliança, que se encontram na cidade para a cimeira de dois dias.
Esperava-se que Trump ficasse alojado num hotel de luxo durante a sua visita, mas uma porta-voz do serviço de informação do governo neerlandês revelou que o presidente dos EUA iria dormir no palácio do século XVII onde vivem Willem-Alexander, a sua mulher, nascida na Argentina, e as suas três filhas.
O rei Willem-Alexander dos Países Baixos discursou perante os líderes da aliança da NATO durante o jantar no palácio real de Haia, na terça-feira e deu uma saudação especial a Trump.
"Sr. Presidente (Trump), é muito importante para nós recebê-lo em nossa casa esta noite. Nós apreciamos os laços de amizade que sempre unirão as nossas nações", disse o rei Willem-Alexander.
O monarca afirmou ainda que a NATO acolherá mais nações na aliança no futuro. Também elogiou a aliança por se ter comprometido a gastar mais dinheiro na defesa.
"É corretamente argumentado que precisamos de fazer investimentos suficientes na nossa segurança e que deve haver um equilíbrio nas contribuições financeiras feitas pelos membros da Aliança. Não pode haver solidariedade se cada um não assumir a sua própria responsabilidade", afirmou o rei neerlandês.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também elogiou Trump por ter insistido num aumento das despesas da aliança com a defesa.
"Hoje, tenho o prazer de anunciar que a NATO já adicionou mais um bilião de dólares (861 mil milhões de euros) em despesas de defesa na última década", disse Rutte na terça-feira. "Senhor presidente, caro Donald, isso é graças ao seu empurrão".
Alguns residentes da cidade neerlandesa de Haia, que acolhe a cimeira dos líderes da NATO deste ano, expressaram a sua insatisfação com Trump.
Em cartazes pendurados nas varandas lia-se "salvar o mundo, destituir Trump" e "paz".
Entretanto, teve lugar um outro protesto pró-NATO. Algumas dezenas de jovens manifestantes da Lituânia, Ucrânia, Países Baixos e outros países reuniram-se em Haia, onde apelaram ao aumento das despesas com a defesa e ao apoio à Ucrânia.
À manifestação liderada pelos jovens juntaram-se os ministros da defesa da Lituânia e dos Países Baixos, que indicaram que se espera que os líderes da NATO se comprometam a aumentar as despesas com a defesa nos próximos anos.
Os atuais objectivos de defesa da NATO são de 2% do PIB, mas espera-se que aumentem para 5% após meses de pressão de Trump e ameaças de retirar os EUA da aliança de defesa.
Trump também sugeriu que qualquer país membro que não cumpra os objetivos propostos de 5% não beneficiará da proteção dos EUA ao abrigo do artigo 5º da carta da NATO.