A escalada da tensão no Médio Oriente, após os ataques aéreos dos EUA a alvos de suposta produção de urânio enriquecido para armas nucleares do Irão, e a cimeira UE - Canadá foram outros temas em debate.
Os líderes dos países da NATO chegaram a acordo para um aumento drástico da despesa com a defesa colectiva para 5% do PIB, perante a ameaça russa e a pressão constante de Donald Trump. A cimeira da NATO foi ofuscada pelo conflito no Médio Oriente. Os ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas foram feitos para apoiar Israel e também causaram mais incerteza sobre as reações de Teerão. Qual será o papel da União Europeia para uma solução diplomática?
“Estamos a viver anos decisivos que comparo ao período da Guerra Fria, agora com um momento de transformação da NATO. Não sabemos se podemos contar com o aliado EUA, com o atual líder da Casa Branca. E vejo com preocupacao a declaracao de apoio quase incondicional do secretario geral da NATO aos EUA, que ‘e uma vitoria de Donald Trump. Não sabemos se estes 5% vão resolver os problemas”, afirma a eurodeputada socialista, Ana Catarina Mendes.
“Provavelmente, alguns membros da NATO vão avançar mais depressa do que outros até 2035, o que cria alguma flexibilidade para aqueles que estão mais próximos geograficamente da Rússia. Mas há o risco de comprometermo-nos com este valor e depois não conseguir cumprir. É do nosso interesse fazermos este investimento e pensarmos mais a longo prazo”, destaca Ricardo Borges de Castro.
“A intenção da Europa em aumentar o investimento na defesa é, acima de tudo, do interesse da Europa. É relevante o reconhecimento do momento sério que a UE atravessa, sobretudo por causa da Ucrânia. Mas os termos de amizade com os EUA mudaram. Sobre os EUA, não sabemos quem será o presidente após Trump e pode ser Vence, Rubio ou outra personagem de extrema direita que desconhecemos”, diz Ana Vasconcelos Martins.