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Mortes relacionadas com o calor no trabalho aumentaram 42% na UE desde 2000

Os trabalhadores da construção civil estão particularmente expostos aos riscos colocados pelas ondas de calor
Os trabalhadores da construção civil estão particularmente expostos aos riscos colocados pelas ondas de calor Direitos de autor  AP Photo
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De Gregoire Lory
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A Confederação Europeia dos Sindicatos apela à adoção de regras comuns para proteger a saúde dos trabalhadores durante as vagas de calor.

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A vaga de calor que se abateu sobre a Europa fez as suas primeiras vítimas no local de trabalho. Espanha e França registaram, cada uma, uma morte relacionada com a vaga de calor. Tragédias semelhantes ocorreram em verões anteriores em ambos os países, bem como em Itália e na Grécia.

A Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) fez soar o alarme. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho, a UE registou um aumento de 42% nas mortes relacionadas com o calor no local de trabalho desde o início do século.

A CES recorda que, segundo estudos efetuados quando as temperaturas ultrapassam os 30°C, o risco de acidentes de trabalho aumenta de 5 a 7%. Quando a temperatura ultrapassa os 38°C, o risco é 10-15% mais elevado.

A confederação europeia apela, por isso, à adoção de medidas europeias de proteção dos trabalhadores.

"É necessário avaliar os riscos tendo em conta não só a temperatura, mas também outras condições que afetam a humidade e, nomeadamente, a quantidade de sombra disponível, a ventilação e a exposição ao sol", insiste Giulio Romani, Secretário Confederal da CES.

"Em segundo lugar, consideramos que deve existir o direito a exames médicos, controlos e inspeções periódicas. E, por último, o direito de se ausentar do trabalho sem medidas disciplinares ou sanções, nos casos em que o trabalhador considere que as condições de calor extremo o estão a colocar em risco", acrescenta.

Na UE, 23% dos trabalhadores estão expostos a temperaturas elevadas pelo menos um quarto do tempo, 36% na agricultura e na indústria e 38% na construção.

As tonturas, as dores de cabeça e as cãibras musculares são os primeiros sintomas do stress térmico. Estes sinais podem depois levar a vómitos, perda de consciência e mesmo à morte se não forem tomadas medidas. As temperaturas elevadas agravam uma série de doenças cardiovasculares e respiratórias.

Diferentes regras nacionais

A CES solicita que sejam fixadas temperaturas máximas de trabalho para os diferentes setores de atividade. Segundo a confederação europeia, alguns Estados-Membros já fixaram limiares:

  • Bélgica: 29°C para o trabalho físico ligeiro, 26°C para o trabalho físico moderadamente pesado, 22°C para o trabalho físico pesado e 18°C para o trabalho físico muito pesado.
  • Hungria: 31°C para o trabalho sedentário e o trabalho físico ligeiro, 29°C para o trabalho físico moderado e 27°C para o trabalho físico pesado.
  • Letónia: temperatura máxima de trabalho em recinto fechado de 28°C.
  • Espanha: a temperatura máxima de trabalho para o trabalho sedentário, como o trabalho de escritório, é de 27°C, enquanto que para o trabalho ligeiro é de 25°C. No entanto, estes limites não se aplicam a todos os tipos de trabalho, nem a todos os trabalhadores, nem a todas as instalações.

A CES lamenta igualmente a falta de dados sobre estas mortes ou acidentes.

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