Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Alemanha pressiona Israel com visita do ministro dos Negócios Estrangeiros

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Sa'ar, recebe o homólogo alemão, Johann Wadephul, em Jerusalém, 31 de julho de 2025.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Sa'ar, recebe o homólogo alemão, Johann Wadephul, em Jerusalém, 31 de julho de 2025. Direitos de autor  Leo Correa/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Leo Correa/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Euronews
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Johann Wadephul pronunciou-se energicamente contra a anexação dos territórios palestinianos, para onde também se deslocou depois. Disse também que é altura acabar com a guerra, dirigindo este apelo sobretudo ao Hamas.

PUBLICIDADE

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, está a visitar a Cisjordânia esta sexta-feira, onde deve encontrar-se com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, em Ramallah.

Entre outros assuntos, a reunião deve abordar os ataques dos colonos israelitas contra os palestinianos e os planos de Israel para anexar o território. O Knesset (parlamento de Israel) manifestou recentemente, através de uma resolução, o apoio a uma possível anexação formal da Cisjorânia (que já está ocupada), o que foi alvo de fortes críticas internacionais. O governo alemão também se opõe a esta medida.

Wadephul viajou para Israel na quinta-feira, onde se encontrou com o homólogo, Gideon Sa'ar, e com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Em Jerusalém, disse que o Estado israelita corre o risco de ficar isolado a nível internacional.

"Considero que é dever da Alemanha fazer tudo o que for possível para o evitar", disse Wadephul, acrescentado que Berlim tem uma "obrigação histórica sem fim" para com a segurança de Israel.

"A minha missão aqui hoje era dizer aos israelitas que têm de agir agora e não mais tarde", disse o ministro.

"Precisamos de clareza - por parte de Israel - de que não está a ser seguida uma política de expulsão, nem uma política de anexação ativa", acrescentou.

Johann Wadephul também defendeu um cessar-fogo para que os restantes reféns sejam libertados do controlo do Hamas.

"É altura de pôr fim a esta guerra", disse o ministro, sublinhando que este apelo dirige-se "em primeiro lugar e acima de tudo à organização terrorista Hamas".

Ajuda alemã à Faixa de Gaza

Tendo em conta a grave situação de emergência humanitária na Faixa de Gaza, Wadephul prometeu uma ajuda adicional por parte do governo alemão.

Durante uma visita às instalações das Nações Unidas em Jerusalém, o político da CDU anunciou que a Alemanha vai disponibilizar mais cinco milhões de euros ao Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM). Com estes fundos, o PAM deve poder fornecer alimentos e voltar a pôr em funcionamento padarias e cozinhas sociais para distribuir pão e refeições quentes.

Wadephul disse que os períodos diários de cessar-fogo estabelecidos por Israel em algumas zonas da Faixa de Gaza vão ser utilizados para distribuir ajuda através da ONU.

O governo alemão está também a apoiar a construção de um hospital de campanha da Ordem de Malta na cidade de Gaza, para prestar cuidados médicos básicos urgentes.

Entretanto, o secretário-geral da CSU (partido da Baviera, aliado da CDU), Martin Huber, excluiu categoricamente a possibilidade de o governo alemão impor sanções a Israel. Numa entrevista à Redaktionsnetzwerk Deutschland, Huber afirmou que é legítimo criticar o governo israelita, "mas sanções entre amigos estão fora de questão".

Huber rejeita igualmente medidas como a proibição de entrada no país, como a imposta pelos Países Baixos aos ministros israelitas de extrema-direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir.

França continua a enviar ajuda

O governo alemão continua empenhado em aliviar o sofrimento na Faixa de Gaza, continuou Huber. No entanto, defendeu que a responsabilidade de pôr fim ao conflito cabe, em primeiro lugar, ao Hamas, acrescentando que a organização deve libertar os restantes reféns israelitas, depor as armas e reconhecer plenamente o direito de Israel a existir.

Entretanto, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, anunciou que França vai lançar hoje 40 toneladas de ajuda sobre a Faixa de Gaza esta sexta-feira.

"Não há tempo a perder", disse Barrot à Franceinfo. "Temos de inundar a Faixa de Gaza com água, alimentos e medicamentos".

Quatro voos, com dez toneladas de ajuda humanitária cada um, vão descolar da Jordânia para a Faixa de Gaza. No entanto, Barrot sublinhou que esta ajuda de emergência não é suficiente para satisfazer as necessidades da população e que a situação é absolutamente insuportável.

Um sinal de vida de um refém

Entretanto, toneladas de material de socorro acumulam-se na fronteira da Faixa de Gaza, estragando-se com o calor.

Israel e as Nações Unidas estão a culpar-se mutuamente por esta situação. Segundo Israel, a ONU não consegue recolher as mercadorias a tempo, enquanto a ONU diz que Israel está a bloquear o caminho.

Entretanto, a organização terrorista Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ) divulgou um novo vídeo de um refém de nacionalidade alemã e israelita. Rom Braslavski, de 21 anos, foi raptado a 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas a Israel. Como segurança do festival de música Supernova, terá ajudado várias pessoas a escapar aos atacantes islamitas, segundo testemunhas. O grupo declarou na semana passada que tinha perdido o contacto com os raptores deste refém.

O vídeo mostra um homem jovem, muito magro, a chorar, obviamente sob pressão, e a pedir ajuda ao governo israelita para ser libertado. A autenticidade do vídeo não pôde ser verificada de forma independente.

Dos 50 reféns que ainda se encontram na Faixa de Gaza, acredita-se que 20 estejam vivos.

O Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ) continuam a recusar-se a libertar os restantes reféns.

Durante a sua visita a Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, declarou que "o vídeo chocante em que é mostrado o refém alemão Rom Braslavski põe mais uma vez em evidência a crueldade dos raptores. Os meus pensamentos estão com todas as famílias cujos entes queridos foram levados para Gaza pelos terroristas".

Wadephul disse que a Alemanha vai continuar a usar todos os meios disponíveis para garantir a libertação dos reféns.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Diplomatas da UE confirmam que ainda não vão aplicar sanções a Israel pela guerra em Gaza

Pelo menos 10 mortos perto de dois locais de distribuição de ajuda em Gaza

Influencers brasileiras promovem empresa suspeita de recrutar jovens para fabricar drones na Rússia