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Trump faz afirmações imprecisas sobre gastos com defesa dos aliados da NATO

O presidente Donald Trump cumprimenta o presidente polaco, Karol Nawrocki,na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, 3 de setembro de 2025.
O presidente Donald Trump cumprimenta o presidente polaco, Karol Nawrocki,na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, 3 de setembro de 2025. Direitos de autor  Evan Vucci/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Evan Vucci/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Mared Gwyn Jones
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Durante um encontro com o recém-eleito presidente polaco, Trump afirmou que a Polónia estava entre os dois únicos países da NATO que atingiram o objetivo de 2% de gastos em defesa.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a Polónia era um dos dois países que anteriormente cumpriam a meta da NATO de gastar em defesa 2% do produto interno bruto (PIB), que foi recentemente aumentada para 5% do PIB até 2035, por exigência de Trump.

"A Polónia foi uma das duas nações que pagou mais do que devia à NATO", disse o presidente dos Estados Unidos.

"Não sei se alguém sabe disso, mas houve duas nações e a Polónia pagou mais do que devia", acrescentou.

Os comentários foram feitos durante uma reunião com o presidente polaco, Karol Nawrocki, que obteve uma vitória apertada nas eleições presidenciais polacas de maio, depois de ter recebido o apoio de Trump.

Mas um olhar mais atento para os dados históricos da NATO sobre os compromissos de despesa dos aliados mostra que as afirmações de Trump não são exatas.

Dez aliados da NATO, incluindo os Estados Unidos, cumpriram este objetivo em 2023. Um número que aumentou para 18 em 2024.

Se recuarmos quase uma década, até 2014, quando a meta de 2% do PIB para as despesas de defesa da NATO foi acordada durante a Cimeira do País de Gales, três países - a Grécia, o Reino Unido e os próprios Estados Unidos - já estavam a atingir o limiar.

Outros países aliados demoraram a cumprir este compromisso.

A Polónia foi o único país a aumentar as despesas com a defesa para além dos 2% no ano seguinte, em 2015. Mas estas despesas voltaram a ficar abaixo do valor de referência entre 2016 e 2019, de acordo com dados da NATO consultados pelo EuroVeirfy.

A Polónia tem vindo a atingir continuamente o objetivo desde 2020, tendo aumentado significativamente os gastos militares após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

A Letónia e a Estónia também têm cumprido a meta de 2% de forma consistente desde 2018 e 2019, respetivamente, de acordo com os dados da NATO.

Isto significa que não houve nenhum ano em que a Polónia tenha estado entre os dois países aliados, além dos Estados Unidos, que atingiram a meta de 2%.

Mas se entendermos que Trump se referia apenas aos atuais Estados-membros da União Europeia, excluindo assim o Reino Unido, esta afirmação aproxima-se da realidade.

No entanto, apenas em 2105 a Polónia foi um dos dois atuais Estados-membros, juntamente com a Grécia, a atingir o objetivo.

Os números fornecidos pela NATO divergem de outras fontes devido à forma como são calculadas as despesas com a defesa e as previsões do PIB.

Os dados fornecidos pelo Banco Mundial sugerem que, em 2015, a Polónia foi um dos três Estados-membros da União Europeia - juntamente com a Grécia e a Estónia - a ultrapassar o objetivo de 2%, o que contradiz as afirmações de Trump.

Em junho deste ano, os aliados da NATO comprometeram-se a aumentar a despesa com a defesa para 5% do PIB durante a Cimeira de Haia, após meses de pressão crescente por parte da administração Trump.

Espera-se que atinjam esse objetivo até 2035.

Todos os aliados europeus da NATO e o Canadá devem atingir o objetivo de 2% do PIB pela primeira vez este ano, de acordo com dados recentemente divulgados pela aliança militar. Esta meta foi fixada pela primeira vez há mais de uma década.

As despesas com a defesa dos aliados da Europa e do Canadá devem assim atingir, em conjunto, 2,27% do PIB. Esta percentagem passa a 2,76% do PIB, se tiver em conta a participação dos Estados Unidos.

Prevê-se que a Polónia gaste quase 4,5% do PIB em defesa este ano, mais do que qualquer outro aliado da NATO, o que a torna o maior contribuinte atual em termos proporcionais.

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