Tartarugas verdes do Golfo Pérsico equipadas com emissor de satélite

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De  Euronews
Tartarugas verdes do Golfo Pérsico equipadas com emissor de satélite

Nos Emirados Árabes Unidos, um grupo de cientistas estuda os hábitos da tartaruga verde.

Graças às tartarugas, vamos identificar as áreas mais importantes em termos de biodiversidade, em todo o ecossistema marinho.

O objetivo dos investigadores é recolher o máximo de informação sobre a espécie.

A região do golfo Pérsico alberga uma grande população de tartarugas verdes.

“Graças às capturas, podemos deduzir o número de machos e fêmeas e o seu estado de saúde. Não há muitos sítios no mundo onde seja possível ver oito tartarugas no espaço de 35 minutos”, sublinhou Nicolas J. Pilcher, o responsável pelo projeto da EWS-WWF.

O arquipélago de Bu Tinah, a hora e meia de barco de Abu Dhabi, integra uma importante reserva marinha reconhecida pela UNESCO, a reserva de biosfera de Marawah.

A tartaruga precisa de migrar de um habitat para o outro, para se alimentar e reproduzir. Mas, a poluição, as alterações climáticas e a ocupação costeira perturbam a vida destes pacatos animais.

A população das várias espécies de tartarugas marinhas diminuiu drasticamente nos últimos anos devido às atividades humanas.

Graças a um sistema de geolocalização, os cientistas vão poder conhecer melhor as necessidades destes animais.

“Estou a colocar um aparelho que vai emitir um sinal de satélite assim que a tartaruga for reintroduzida no mar. Vamos receber informação sobre o percurso e o comportamento da tartaruga. O objetivo é conhecer os padrões migratórios destes animais e as várias áreas por onde passam”, sublinhou Jimena Rodriguez, gestora do projeto da EWS-WWF.

As tartarugas verdes passam 95% do tempo na água.
A cópula acontece no mar. Depois, as fêmeas dirigem-se para as praias de desova. Mas ainda há muita coisa que os cientistas não sabem.

“Estudamos as tartarugas verdes e o respetivo habitat de erva marinha. Esse habitat é importante não só para as tartarugas como para a vida marinha em geral. Graças às tartarugas marinhas, vamos identificar as áreas mais importantes em termos de biodiversidade, em todo o ecossistema marinho”, explicou Marine Antonopoulou.

As alterações climáticas desempenham um papel importante ao nível da reprodução da espécie. Quando a temperatura é elevada há mais ovos fêmeas.

“Há um aspeto interessante que tem a ver com as projeções climáticas. Atualmente, aqui no Golfo Pérsico podemos ver como será o planeta daqui a cinquenta ou cem anos. No fundo somos um laboratório que permite estudar o impacto das mudanças climáticas na vida marinha”, afirmou Nicolas J. Pilcher.

O registo mais antigo de tartaruga marinha foi encontrado no Ceará, no norte do Brasil, pertencente a uma espécie que surgiu há 110 milhões de anos.

Em Angola, foi descoberto o primeiro fóssil do grupo de tartarugas marinhas que evoluiu no hemisfério sul, há 90 milhões de anos, após a abertura do Atlântico sul.