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Rival europeu do Visa e do Mastercard vai brevemente chegar à Bélgica

O Wero é o resultado de anos de trabalho da Iniciativa Europeia de Pagamentos (EPI), uma rede de 16 bancos e instituições financeiras europeias.
O Wero é o resultado de anos de trabalho da Iniciativa Europeia de Pagamentos (EPI), uma rede de 16 bancos e instituições financeiras europeias. Direitos de autor Unsplash/Mika Baumeister
Direitos de autor Unsplash/Mika Baumeister
De  Paula Soler
Publicado a
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Artigo publicado originalmente em inglês

Os gigantes norte-americanos de pagamentos Visa, Mastercard, PayPal, Apple e Google Pay estão a ganhar um novo rival na Europa. Chama-se Wero e já está disponível para alguns consumidores na Alemanha e, no final de julho, na Bélgica.

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O Wero é o resultado de anos de trabalho daIniciativa Europeia de Pagamentos (EPI), uma rede de 16 bancos e instituições financeiras europeias criada em 2021 para fornecer um serviço único de pagamento digital a todas as empresas e cidadãos.

Baseada em sistemas como os já existentes Payconiq e iDEAL, a carteira digital permite aos clientes transferir dinheiro apenas com um número de telefone, sem necessidade de IBAN, com a novidade de lhes oferecer gradualmente a opção de enviar dinheiro a outros utilizadores na Europa.

"Uma das principais vantagens do Wero, para além da possibilidade de efetuar pagamentos internacionais, é a rapidez com que se pode facilmente enviar e receber dinheiro", declarou um porta-voz do banco belga KBC, que vai introduzir o sistema de forma gratuita, 24 horas, para os clientes a partir do final de julho.

A iniciativa responde não só à necessidade de tornar os pagamentos digitais mais fáceis e instantâneos na zona euro (que inclui 20 dos 27 Estados-membros da UE), mas sobretudo ao desejo antigo do bloco de alcançar autonomia estratégica em termos de serviços financeiros.

Até à data, não existe uma solução pan-europeia de pagamentos digitais.

13 dos 20 países da zona euro não têm um sistema nacional de cartões e dependem de fornecedores internacionais, o que representa 64% de todas as transacções eletrónicas com cartões da zona euro, de acordo com as estimativas do Banco Central Europeu.

"O lançamento de um serviço de pagamentos inteiramente europeu como este tem um grande potencial para diversificar os sistemas bancários e de pagamentos, o que pode trazer benefícios para os consumidores e para aqueles que estão financeiramente excluídos", disse à Euronews um porta-voz em Bruxelas da Positive Money.

No entanto, esta organização sublinha que a EPI continua a ser uma iniciativa privada lançada por instituições bancárias privadas e que não deve ser visto como um substituto do dinheiro público, como o futuro euro digital do Banco Central Europeu, concebido como um meio de pagamento alternativo que pode ser utilizado livremente em toda a zona euro.

O Secretariado Europeu das Uniões de Consumidores (BEUC) também se congratulou com a iniciativa, sublinhando, no entanto, que ainda há trabalho a fazer para a tornar acessível a todos os consumidores.

"Por exemplo, fornecendo cartões de pagamento, assegurando que os consumidores estão seguros quando fazem compras online, oferecendo um mecanismo de reversão e podendo utilizá-lo em todos os países da UE, ou pelo menos na zona euro", disse Anna Martin, responsável pela política de serviços financeiros, à Euronews.

Em 2025 e 2026, os serviços do Wero vão ser melhorados com novas funcionalidades, incluindo a possibilidade de pagar aos comerciantes na internet através de códigos QR e outras funcionalidades como "compre agora e pague depois".

"Estamos a começar com as transacções pessoa a pessoa, mas o objetivo do Wero é oferecer todos os tipos de pagamentos através de uma única carteira, combinando a simplicidade, o imediatismo e a segurança dos bancos", afirmou Martina Weimert, CEO da EPI, após o lançamento do Wero na Alemanha.

O BNP Paribas, o ING e o Société Générale estão entre os 16 bancos e instituições financeiras da EPI que vão integrar este serviço nas respetivas aplicações bancárias no segundo semestre do ano.

França vai seguir os passos da Alemanha e da Bélgica no próximo outono e os Países Baixos e o Luxemburgo vão aderir mais tarde, em 2024.

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