Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Google e NASA criam ferramenta de IA para tratar problemas de saúde dos astronautas no espaço

A Presidente sul-coreana Park Geun-hye passa por um logótipo da NASA durante uma visita aos projectos e programas em curso no Centro de Voos Espaciais Goddard da agência
A Presidente sul-coreana Park Geun-hye passa por um logótipo da NASA durante uma visita aos projectos e programas em curso no Centro de Voos Espaciais Goddard da agência Direitos de autor  AP Photo/Patrick Semansky
Direitos de autor AP Photo/Patrick Semansky
De Anna Desmarais
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

O "Assistente Digital do Oficial Médico da Tripulação" deverá ajudar as equipas médicas a diagnosticar, em tempo real, os problemas de saúde dos astronautas no espaço.

PUBLICIDADE

A Google e a NASA, a agência espacial norte-americana, estão a colaborar numa ferramenta de inteligência artificial (IA) para resolver problemas de saúde no espaço, numa altura em que os Estados Unidos têm em vista missões a longo prazo a Marte e à Lua.

Denominado "Crew Medical Officer Digital Assistant", o sistema automatizado ajudará os astronautas e as suas equipas médicas na Terra a "diagnosticar e tratar sintomas" em tempo real durante as missões espaciais, de acordo com uma publicação no blogue da Google.

A ferramenta também apoiará os cirurgiões de voo, os médicos especializados em medicina espacial, fornecendo-lhes dados e análises preditivas para ajudar na sua tomada de decisões, refere a publicação.

Os primeiros resultados do projeto de prova de conceito revelaram "diagnósticos fiáveis com base nos sintomas comunicados" e a empresa está agora a trabalhar com médicos para testar e aperfeiçoar o modelo.

O assistente digital de IA forneceria diagnósticos detalhados e opções de tratamento quando os astronautas tivessem um contacto limitado com as suas equipas na Terra, disse a empresa.

Segundo a Google, este aspeto "está a tornar-se cada vez mais importante à medida que as missões da NASA se aventuram mais profundamente no espaço".

O trabalho surge numa altura em que a NASA se prepara para lançar as missões Artemis II e III que levarão os humanos de volta à Lua pela primeira vez desde o programa Apollo na década de 1960. Estas missões à Lua fazem parte de um roteiro para as primeiras missões dos Estados Unidos a Marte, que estão planeadas para a década de 2030, na melhor das hipóteses.

"Este sistema inovador não se destina apenas a apoiar a exploração espacial; trata-se de alargar os limites do que é possível com a IA para prestar cuidados essenciais nos ambientes mais remotos e exigentes", afirmou a Google.

Que tipo de apoio médico recebem atualmente os astronautas?

Os astronautas da NASA recebem formação médica geral em reanimação cardiopulmonar (RCP), saúde comportamental, primeiros socorros básicos e como utilizar um kit médico. Também aprendem sobre doenças específicas relacionadas com o espaço, como os efeitos da exposição ao dióxido de carbono no corpo e a doença da descompressão.

Médicos, psicólogos e cirurgiões de voo fazem parte de uma equipa de terra da NASA que apoia a saúde dos astronautas antes, durante e depois das missões espaciais, afirmou a agência.

Os astronautas podem aceder a uma "farmácia robusta" e a equipamento médico na Estação Espacial Internacional, e podem regressar à Terra caso necessitem de cuidados médicos urgentes.

No entanto, um estudo de 2023 sobre operações médicas espaciais independentes publicado no IEEE Open Journal of Engineering in Medicine and Biology observou que os astronautas em missões fora da órbita terrestre baixa (LEO), por exemplo, aqueles que se dirigem à Lua ou Marte, não teriam acesso a suporte médico em tempo real devido a atrasos na comunicação.

A Lua está fora da LEO, pelo que os investigadores previram um atraso de 10 segundos nas comunicações e que qualquer evacuação de emergência para a Terra poderia demorar até duas semanas.

Para missões plurianuais a Marte, a situação torna-se ainda mais difícil, refere o estudo. Seriam necessários seis meses para extrair um astronauta em caso de emergência médica e transportá-lo de volta à Terra ao longo de 500 milhões de quilómetros.

Além disso, qualquer comunicação urgente teria um atraso de até 40 minutos, o que significa que o apoio médico a bordo terá de ser "substancialmente mais robusto do que na ISS", concluiu o estudo.

Para que uma missão a Marte seja bem sucedida, o sistema médico teria de "fazer diagnósticos exatos e antecipar as perguntas dos especialistas em terra (...) [para] limitar a necessidade de repetidas trocas de informações", afirmam os autores.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Administração Trump planeia cortar 20 por cento dos efetivos da NASA

Terceira missão com astronauta polaco adiada, anuncia NASA

Falar com máquinas para curar humanos: pode o ChatGPT ser uma alternativa à psicoterapia?