Índia: Obama e Modi discutem programa nuclear inspirados por Gandhi

Índia: Obama e Modi discutem programa nuclear inspirados por Gandhi
De  Francisco Marques com LUSA, REUTERS, AFP
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Barack e Michele Obama iniciam visita oficial de três dias à Índia. Programa nuclear civil indiano domina agenda de reuniões

Barack Obama e a primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, iniciaram este domingo uma visita oficial de três dias à Índia. Recebido em Nova Deli pelo primeiro-ministro Narendra Modi, um dos pontos na agenda de trabalho do presidente norte-americano é o programa nuclear civil indiano.

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O acordo para uma cooperação nesse programa foi assinado em 2008, após prolongadas negociações e muita pressão americana sobre a Índia. Embora ratificado, o programa de cooperação não passou à prática devido a vários entraves, nomeadamente legais. Modi e Obama esperam agora poder ultrapassar os problemas, nomeadamente com a criação de um consórcio de seguradoras que permita às empresas do setor nuclear americano investir sem risco neste país do sudoeste asiático.

Saiba mais sobre o acordo Nuclear Civil indo-americano:
Ensaio académico por Sandra Aparecida Cardozo (PDF), professora do Instituto de Economia, da Universidade Federal de Uberlândia, Brasil


Neste primeiro dia da visita, Modi fez questão de levar Obama ao memorial de Mahatma Gandhi, o maior ícone da paz e liberdade na Índia. Uma retribuição da visita ao memorial de Martin Luther King proporcionada ao chefe de Governo indiano em setembro, quando Narendra Modi visitou Washington.


Durante esta visita oficial, Obama tem previstao a realização de várias reuniões de trabalho com Narendra Modi, mas também uma receção ao lado da mulher Michelle no palácio presidencial, tendo como anfitrião o homólogo indiano, Pranab Mukherjee.

Já abordadas em Nova Déli foram também as medidas para reverter o aquecimento global, as violações do cessar-fogo na Ucrânia e a situação caótica para a qual se caminha no Iémen. A Índia é o terceiro maior emissor do mundo de carbono, mas o governo mostra-se relutante em seguir o exemplo de Estados Unidos e China em comprometer-se com uma redução das emissões de gás porque entende que a prioridade deverá ser o crescimento económico para aliviar a pobreza do país.


Sobre a Ucrânia, Barack Obama disse estar “muito inquieto devido às últimas violações de cessar-fogo”, em particular depois das notícias que dão conta da morte de 30 civis em resultado de bombardeamentos sobre a cidade costeira Mariupol, no sul, e cuja responsabilidade é apontada aos rebeldes pró-russos, que continuam a dominar algumas regiões do leste ucraniano.

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Em relação ao Iémen, o presidente norte-americano falou da cooperação que Washington tem vindo a desenvolver com aquele país árabe no combate ao terrorismo, nomeadamente através de missões com drones. Obama voltou a defender, agora na Índia, este tipo de operações como forma de evitar o envio de tropas para a região. “Não é bonito nem simples, mas [os drones] são a melhor opção de que dispomos”, concretizou.

A execução de um cidadão japonês pelo grupo Estado Islâmico levou o chefe da Casa Branca, por fim, a telefonar pessoalmente desde Nova Deli ao primeiro-ministro japonês para expressar as condolências pela morte de Haruna Yukawa. Barack Obama agradeceu ainda a Shinzo Abe a “significativa conbtribuição do Japão na assistência humanitária ao Médio Oriente.”


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