Nigel Farage, líder do UKIP, é hoje um verdadeiro pesadelo político para David Cameron. Recusa ser fazedor de reis, depois das eleições de maio de
Nigel Farage, líder do UKIP, é hoje um verdadeiro pesadelo político para David Cameron. Recusa ser fazedor de reis, depois das eleições de maio de 2015, e afasta a hipótese de entrar numa coligação formal de governo com os conservadores de Cameron ou os trabalhistas de Miliband.
Fez uma campanha de proximidade, nas arruadas anti-europeístas pelo Reino de Sua Majestade.
Com 51 anos, o líder independentista provocador, obrigou os outros partidos a navegar entre o euroceticismo e a união política:
Nigel Farage, líder UKIP:
- Somos o único partido nestas eleições que exige um acordo comercial com a Europa. Queremos ser bons vizinhos dos nossos amigos europeus, mas defendemos, desesperadamente, um referendo para libertar o país da união política.
O UKIP venceu as últimas europeias, o que foi interpretado como um castigo para os liberais-democratas de Nick Clegg. Foi multado por dizer que “Herman Van Rompuy era de um não-país” (a Bélgica) e tinha “o carisma de uma esfregona”.
Assumiu a vitória com entusiasmo: – É um terremoto na política britânica, trata-se de um resultado excecional com profundas consequências para os líderes dos outros partidos.
O efeito de bolha de entusiasmo rapidamente se esvaziou de sentido.
No Parlamento Europeu formou um grupo de circunstância com o Movimento Cinco Estrelas, do italiano Beppe Grillo. O acordo de conveniência terminou quatro meses depois.
Um duro golpe para o Partido da Independência britânico, que insiste em ter na agenda temas como a imigração, pois gera tanto debate no Reino Unido como em toda a Europa:
- Vamos bater-nos por um sistema de pontos, como os australianos, para decidir quem deve entrar e instalar-se no nosso país – promete Farage.
Farage conserva o apoio de quase 27% do eleitorado das europeias, mas o sistema de maioria uninominal de uma volta prejudica o populista UKIP.