Turquia: Oposição abre a porta à formação do novo governo

Turquia: Oposição abre a porta à formação do novo governo
De  Francisco Marques
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AKP venceu as eleições de 7 de junho com 40,9 por cento e elegeu 258 deputados. O CHP ficou em segundo, com 25 por cento e 132 deputados. Os nacionalistas do MHP foiram terceiros, com 16,3 e os mesmos

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Kemal Kılıçdaroğlu, o líder do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla original), abriu esta segunda-feira a porta a fazer parte de uma coligação que permita ao novo executivo da Turquia governar em maioria. Sublinhando que 60 por cento do eleitorado preferiu uma alternativa à principal força política da última década, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP).

O partido fundado pelo atual Presidente Recep Tayyp Erdoğan e liderado pelo primeiro-ministro Ahmet Davutoğlu conseguiu apenas 40,9 por cento dos votos. Foi suficiente para voltar a ser o mais votado, mas também para perder a maioria do Parlamento.


Governar sozinho apresenta-se como tarefa impossível, dadas as diferenças ideológicas entre as principais forças políticas, por isso uma coligação é obrigatória para o AKP. Há poucos dias, “Davutoğlu disse ir ‘falar com todos os partidos da oposição’ em busca de consensos”: http://pt.euronews.com/2015/06/11/turquia-akp-disposto-a-fazer-aliancas/ “para bem do país”. Esta segunda-feira — um dia depois de o Presidente ter anunciado o convite ao AKP para formar uma coligação — Kılıçdaroğlu abriu a porta a um acordo, que nas entrelinhas pode passar inclusive por uma coligação sem o partido mais votado.

“A principal obrigação de formar um governo cai para o bloco dos outros 60 por cento. Se se quiser respeitar a vontade do povo, as expectativas dos turcos, teremos de formar um governo que vá ao encontro desses 60 por cento da sociedade”, afirmou, em conferência de imprensa, o líder do CHP.


A negociação com vista à formação do novo Governo da Turquia está, assim, aberta. Um consenso ao centro, entre direita e esquerda, é admitido, mas pouco provável.

Há rumores, entretanto, de que o AKP possa tentar ainda algo mais radical e seduzir o MHP, a força nacionalista da extrema-direita que foi a terceira mais votada nas eleições de 7 de junho (16,3 por cento). A junção de um terceiro pequeno partido à coligação seria também possível.


Isto sabendo-se, por exemplo, que no Parlamento, de acordo com o último sufrágio, estará representando pela primeira vez uma força pró-curda, o Partido Democrático do Povo (HDP), o quarto mais votado (13,1 por cento — que terá os mesmos 80 lugares na assembleia que o MHP).
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