Kerry garante no Congresso que o Irão vai continuar sob pressão

Kerry garante no Congresso que o Irão vai continuar sob pressão
De  Francisco Marques com Reuters
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O secretário de Estado norte-americano esteve esta terça-feira no Congresso, em Washington, para esclarecer a Comissão dos Negócios Estrangeiros da

O secretário de Estado norte-americano esteve esta terça-feira no Congresso, em Washington, para esclarecer a Comissão dos Negócios Estrangeiros da Casa dos Representantes sobre o recente acordo nuclear celebrado entre o grupo P5+1 e o Irão. A oposição do Presidente Obama, os Republicanos, mas não só, revelam-se desconfiados face às intenções de Teerão perante o acordado levantamento das sanções.

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O líder Republicano da Comissão, Ed Royce, advertiu que o acordo ratificado permite ao Irão reforçar os cofres, atingidos pelas sanções que agora deverão ser levantadas, e poderá ainda enfraquecer Washington perante Teerão. O líder Democrata da mesma Comissão, Eliot Engel, também identificou alguns dados preocupantes no acordo.

John Kerry, ladeado pelo Secretário do Tesouro Jack Lew e pelo Secretário da Energia Ernest Moniz, garantiu perante os Representantes que Teerão vai continuar sob apertado escrutínio.



O secretário de Estado explicou aos Representantes que o Irão vai manter-se “sob enormes restrições, no que toca a inspeções e a prestar contas sobre a investigação nuclear que realizar mas também sobre outras as atividades que não envolvam material nuclear” e que possam vir a contribuir de alguma forma para o desenvolvimento de algum tipo de arma nuclear.



John Kerry defendeu ainda que a assinatura norte-americana neste acordo com o Irão era essencial para que os Estados Unidos não ficassem isolados face aos restantes signatários do grupo 5+1. “Se nos afastássemos, afastávamo-nos sozinhos. Os nossos parceiros não se manteriam connosco, queriam evitar as duras sanções multilaterais que acabaram por trazer o Irão para a mesa das negociações”, explicou o chefe da diplomacia da administração Obama.

Tanto Republicanos como Democratas expressaram ainda preocupação com os quatro norte-americanos mantidos sob detenção em prisões iranianas. Kerry garantiu manter “contacto direto” com Teerão para resolver a situação destes quatro norte-americanos.

Outras preocupações face ao Irão prendem-se com o apoio a grupos em guerra com aliados americanos. “O Irão apoia o Hamas, o Hezbollah e os Houthi, e estas são apenas as organizações que começam com a letra ‘H’”, afirmou o Representante Brad Sherman, Democrata pelo círculo da Califórnia.

A delegação da administração Obama insistiu que o acordo celebrado representa uma melhor forma de evitar que o Irão desenvolva armas nucleares ao invés da aplicação de mais sanções ou iniciativas militares.



Kerry, Lew e Moniz já haviam tentado esclarecer o acordo perante o Senado na quinta-feira. Ainda esta semana é esperado que a secretária da Defesa, Ash Carter, se dirija também aos legisladores norte-americanos.

Controlado pelos Republicanos, o Congresso tem até 17 de setembro de apoiar, rejeitar ou abster-se face ao acordo nuclear com o Irão. A rejeição impediria Obama de levantar a maior parte das sanções americanas sobre Teerão e que representam uma parte essencial do acordo alcançado, mas o Presidente já avisou que vetará uma eventual rejeição.

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