Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

França abre inquérito a Bashar al-Assad por crimes contra a humanidade na Síria

França abre inquérito a Bashar al-Assad por crimes contra a humanidade na Síria
Direitos de autor 
De Francisco Marques com Le Parisien, Liberation
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França mandatou ao “Parquet” de Paris (Ministério Público) a abertura de um inquérito preliminar contra o

PUBLICIDADE

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França mandatou ao “Parquet” de Paris (Ministério Público) a abertura de um inquérito preliminar contra o regime de Bashar al-Assad por alegados “crimes contra a humanidade” cometidos na Síria entre 2011 e 2013. A investigação está a ser conduzida pelo Escritorio Central de Luta contra os Crimes contra a Humanidade, Genocídios e Crimes de Guerra.

A acusação baseia-se em cerca de 55.000 fotografias recolhidas por um antigo polícia militar sírio, que, até fugir em 2013, teve a função de registar as imagens de cadáveres de prisioneiros transladados para os hospitais militares de Mezeh e Teshrin, em Damasco. As fotografias foram reveladas no ano passado. Damasco alegou serem falsas, mas especialistas internacionais já confirmaram a autenticidade das imagens.

A jornalista Garance La Caisne entrevistou este ex-polícia sírio que se mantém no anonimato e a quem foi dado o pseudónimo “César”. Com as declarações, La Caisne escreveu o livro “Operação César: No Coração da Máquina de Morte Síria” (tradução direta do título em francês), que deverá ser lançado a 7 de outubro.

A jornalista revela um dos episódios relatados por “César”: “Assim que os primeiros manifestantes mortos começaram a chegar ao hospital e os cadáveres se amontoavam, ele percebeu o horror. Havia marcas de torturas insuportáveis; pessoas que não pesavam mais de 30 ou 40 quilos. ‘César’ percebeu que tinham morrido de fome ou da tortura nas prisões.”

À Paris pour évoquer la situation en Syrie, à quelques jours de l'Assemblée générale des Nations unies à New-York pic.twitter.com/FRWUfL7ybn

— Laurent Fabius (@LaurentFabius) 24 setembro 2015

(“Em Paris, para falar da situação na Síria,
a alguns dias da Assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova Iorque”)

Com a Assembleia-geral das Nações Unidas em curso em Nova Iorque, a Síria é um dos tópicos das discussões. Não só devido à luta contra o autoproclamado Estado Islâmico, mas pelo conflito interno que mantém e que está na base da grave crise de refugiados que atingiu a Europa.

Laurent Fabius está Nova Iorque, na 70.a cimeira da ONU. Com base nas provas fornecidas por “César”, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros terá dado a ordem para a abertura do inquérito aos alegados crimes contra a humanidade do regime sírio, tendo por base o Artigo R49-20-1 do Código de Procedimento Penal francês. “O ‘relatório César’ atesta a crueldade sistemática do regime de Bashar al-Assad”, acusou Fabius, justificando a ordem: “Face a estes crimes que ferem a consciência humana, a esta burocracia de horror, a esta negação dos valores da humanidade, é da nossa responsabilidade agir contra a impunidade destes assassinos.” > This is what #refugees say about why they are leaving #Syria now: http://t.co/2aGv5lFkcr pic.twitter.com/WlSLWBsiBx

— UNHCR Central Europe (@RefugeesCE) 29 setembro 2015

(“Isto é o que os refugiados alegam para fugirem da Síria”)

A Rússia colocou-se nos últimos dias ao lado de Bashar al-Assad na luta contra o autoproclamado Estado Islâmico e defende a legitimidade do regime sírio. Os Estados Unidos e a França mantêm-se contra qualquer proximidade ao presidente sírio, mantendo, pelo contrário, a pressão para que Assad abandone o governo do país.

O braço de ferro internacional ganha, agora, um novo argumento com o inquérito aberto em França e que poderá, eventualmente, ganhar força para chegar ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, onde são julgados crimes de guerra, genocídios e crimes contra a humanidade. > Turkish PM calls for 'Syria without Assad' in UN address http://t.co/9BZcz1InAQ pic.twitter.com/PMJFDV6S64

— ANADOLU AGENCY (ENG) (@anadoluagency) 30 setembro 2015

(“Primeiro-ministro turco apela a uma “Síria sem Assad”)

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Três francesas que regressaram da Síria julgadas por conspiração terrorista

Suspeitos do sequestro de jornalistas franceses na Síria começam a ser julgados em Paris

25 corpos recuperados de uma vala comum perto de Damasco