Europa tranca portas. Migrantes pagam o preço do terrorismo.

“Casa roubada, trancas à porta” e “paga o justo pelo pecador” são provérbios que caracterizam parte da reação europeia aos atentados de Paris e como essa resposta deixa numa situação ainda mais difícil os milhares de migrantes que procuram abrigo no “velho continente”.
A União Europeia decidiu reforçar os controlos fronteiriços e, menos de 24 horas depois, este sábado, o resultado era já visível numa das fronteiras da Roménia com a Hungria, onde se formou um enorme engarrafamento. Alguns automobilistas até agradecem o reforço dos controlos. Afirmam que “é preciso ter paciência” dado o quadro criado pelos ataques em Paris.
Pior é a situação na fronteira da Grécia com a Macedónia (FYROM). Quinta-feira, a antiga república jugoslava decidiu limitar o direito de passagem aos migrantes que fogem de zonas de conflito, ou seja, da Síria, do Iraque e do Afeganistão, provocando a ira de cerca de 1300 migrantes originários da Argélia, Bangladesh, Irão, Paquistão ou ainda Somália, que aguardam do lado grego da fronteira.
Um nepalês explica que quer ir “para a Europa” porque ficou “sem casa” no violento terramoto que atingiu o Nepal em abril de 2015.
Nos próximos tempos, a tensão promete continuar a aumentar ao longo das fronteiras europeias. As agências humanitárias já avisaram que controlos mais apertados vão provocar um aumento do tráfico de seres humanos.