Magomed Khasiev, de 23 anos, foi o primeiro cidadão russo a ser decapitado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh) desde o início da
Magomed Khasiev, de 23 anos, foi o primeiro cidadão russo a ser decapitado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh) desde o início da intervenção da Rússia na Síria, a 30 de setembro. O presidente da Chechénia confirmou a nacionalidade da vítima e prometeu vingança. Além disso, Ramzan Kadyrov revelou esta sexta-feira, na sua página do Instagram, a identidade do assassino. Segundo o governante apoiado pelo Kremlin, o algoz chama-se Anatoli Zemlianka, tem 28 anos e é originário de Noïabrsk, na Sibéria Ocidental.
O homicídio veio a público na quarta-feira quando a organização sanguinária publicou um vídeo na internet. As imagens mostram um jovem prisioneiro, de barba e vestido de cor-de-laranja, confessar que foi recrutado pelos serviços secretos russos para recolher informações sobre o grupo terrorista e os seus membros originários do Cáucaso. Em seguida, um membro do Daesh ameaça, em russo, Moscovo e os militares envolvidos na guerra da Síria. Por fim, o assassino degola o prisioneiro.
O presidente checheno negou que a vítima era um espião russo mas reconheceu que os serviços secretos de Moscovo operam na Síria. No entanto, a Radio Free Europe (Svoboda) afirma que Magomed Khasiev foi recrutado pelo FSB (ex-KGB) depois de ser apanhado a transportar drogas ilegais em fevereiro de 2014, algo que a vítima também diz na sua confissão.
Magomed Khasiev nasceu em Cheliabinsk, nas montanhas dos Urais. Aos 9 anos ficou órfão e foi adotado por um casal da Chechénia, onde cresceu. Mais tarde estudou num colégio em Maikop, a capital da Adiguésia, uma república russa do norte do Cáucaso.
De acordo com os serviços secretos russos, dois milhares de cidadãos russos combatem nas fileiras do Daesh, no Iraque e na Síria. Mas vários especialistas apontam para um número bastante maior, cerca de 5 mil. Muitos são originários da Chechénia, do Daguestão e de outras repúblicas do norte do Cáucaso que enfrentaram rebeliões de extremistas islâmicos no início do milénio.