Ferrari com pouco turbo na estreia bolsista

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De  Ricardo Figueira  com Reuters
Ferrari com pouco turbo na estreia bolsista

Neste primeiro dia de abertura em 2016, a bolsa de Milão vestiu-se com as cores da Ferrari, para celebrar a primeira cotação da marca do cavalinho rampante.

Isto foi, sobretudo, uma operação financeira para consolidar a dívida da Fiat Chrysler, que pode agora encontrar um parceiro sem abdicar da Ferrari.

A Ferrari autonomizou-se do grupo Fiat Chrysler no ano passado. Esta cotação na bolsa vem reforçar a independência face à antiga casa-mãe, embora a família Agnelli, principal acionista da Fiat, continue também a ser a maior investidora na Ferrari: “Esta cisão ratifica, formalmente, a independência que a Ferrari sempre teve, mesmo fazendo parte do grupo. É uma independência operacional e, em parte, financeira, mas necessária para manter o caráter único dos modelos da marca Ferrari”, disse o presidente da Ferrari e da Fiat, Sergio Marchionne.

As ações da Ferrari estiveram a descer neste primeiro dia de cotação, contagiadas pela tendência negativista dos mercados em todo o mundo. No entanto, a descida nos papéis da Fiat Chrysler foi ainda mais acentuada: “A Ferrari não precisava de estar cotada em bolsa. Isto foi, sobretudo, uma operação financeira para consolidar a dívida da Fiat Chrysler, que pode agora encontrar um parceiro sem abdicar da Ferrari”, diz o analista Edoardo Liuni.

Segundo as condições do spin-off decidido no ano passado, 10% do capital da Ferrari fica nas mãos da família fundadora, 10% foi colocado em bolsa nos Estados Unidos e os restantes 80%, dos quais uma parte está agora na bolsa de Milão, foram distribuídos pelos acionistas da Fiat Chrysler, que recebem uma ação da Ferrari por cada dez da antiga casa-mãe.