O xadrez geopolítico do conflito sírio: EUA, Rússia, Turquia e Arábia Saudita

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O conflito sírio dura há cinco anos e assemelha-se cada vez mais a uma guerra fria. A Síria é hoje o epicentro de uma batalha que reúne vários

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O conflito sírio dura há cinco anos e assemelha-se cada vez mais a uma guerra fria. A Síria é hoje o epicentro de uma batalha que reúne vários atores: as grandes potências regionais inimigas e os aliados históricos.

Em declarações recentes, Moscovo e Washington defenderam estratégias diferentes:

“Ninguém quer uma nova guerra. Uma operação terrestre representa uma longa guerra, é preciso que isso seja tido em conta”, sublinhou o primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev.

“Existe a possibilidade de enviar tropas adicionais para o terreno para combater o movimento Daesh”, afirmou John Kerry, secretário de Estado norte-americano.

O conflito reacendeu ódios antigos. Tornou-se claro que os interesses geopolíticos das partes envolvidas são muito diferentes.

Como tudo começou

Inicialmente, foram as tropas de Bachar Al Assad que lançaram uma ofensiva contra os rebeldes do exército livre da Síria. Entretanto, outros atores entraram em cena, no seio do próprio movimento rebelde, seguidos pelos extremistas islâmicos do Daesh e pelos curdos.

Enquanto o exército de Assad e os extremistas do Daesh lutam contra todos os grupos envolvidos no conflito, os curdos concentram os ataques no movimento muçulmano radical. Os rebeldes sírios são apoiados pelos curdos. Uma situação complexa que atingiu o auge com a entrada em cena dos Estados Unidos, da Rússia, do Irão e da Arábia Saudita.

Oficialmente cada uma das partes tem um inimigo comum: o Daesh. A coligação liderada pelos Estados Unidos pretende lutar contra os extremistas islâmicos, tal como a Rússia e a Turquia. Mas, no terreno, a luta de cada país é guiada por outros objetivos. A Rússia, aliada fiel da Síria, bombardeia essencialmente os rebeldes. A Turquia, segundo maior exército da NATO, ataca os curdos.

Atualmente, a guerra compõe-se essencialmente de palavras e bombardeamentos aéreos. O que se passará se a Turquia passar das palavras aos atos e enviar tropas para o terreno, expondo-se aos ataques russos? O que se passará se os soldados sauditas se encontrarem no terreno face aos iranianos?

Para já, a Arábia Saudita acaba de enviar aviões de combate para a base turca de Incirlik. O representante da política externa do país fez saber que o presidente sírio, Bachar Al Assad não faz parte da solução para o futuro da Síria.

“Se a coligação liderada pelos Estados Unidos tomar a decisão de enviar tropas para a Síria, o reino da Arábia Saudita, está preparado para participar nesse esforço com o envio de forças especiais”, anunciou o ministro dos negócios estrangeiros da Arábia Saudita, Adel Al-Jubeir.

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