Papa Francisco ruma ao coração do narcotráfico

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De  Nara Madeira
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O Papa Francisco deixou, esta terça-feira, a capital do México rumo a Morelia, no Estado de Michoacán, onde o narcotráfico e a criminalidade

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O Papa Francisco deixou, esta terça-feira, a capital do México rumo a Morelia, no Estado de Michoacán, onde o narcotráfico e a criminalidade organizada abundam. O objetivo: encontrar-se com jovens, a esperança de um futuro melhor.

Segunda-feira, foi homenageado pelos indígenas mexicanos, em Tuxtla Gutiérrez, estado de Chiapas, um dos mais pobres do México. Aí, hoje, apenas 58 por cento dos habitantes são católicos.

Aos povos indígenas pediu perdão e ensinamentos:

“Entre os pobres mais abandonados, maltratados, está a nossa oprimida e devastada terra. Não podemos continuar a fazer-nos de surdos quando temos pela frente uma das maiores crises ambientais da história. Sobre essa questão vocês (os povos indígenas) têm muito a ensinar-nos”, declarou o Sumo Pontífice da Igreja Católica que recebeu um exemplar da Bíblia traduzida em “tzotzil” e “tzeltalm”, uma homenagem também à cultura Maia e aos 11 milhões de indígenas mexicanos:

“O vosso povo foi mal interpretado e excluído da sociedade. Alguns de vocês foram mesmo considerados inferiores, o mesmo se passou com os vossos valores, cultura, tradições”, frisou o atual pontífice.

Simbólica foi também a visita ao túmulo do bispo de San Cristóbal de las Casas, Samuel Ruiz, um homem próximo da Teologia da Libertação e que os nativos chamavam “tatic”, o que, na língua tzotzil, significa “pai”.

Mas o Papa não esqueceu as elites mexicanas e dirigiu-lhes uma mensagem direta sobre as suas responsabilidades num país onde a guerra às drogas já fez mais de 100 000 mortos e 26 000 desaparecidos, só numa década:

“Cada vez que procuramos o caminho dos privilégios ou benefícios para alguns, em detrimento do bem de todos, mais cedo ou mais tarde, a vida dessa sociedade torna-se terreno fértil para a corrupção, o tráfico de drogas, a exclusão de diferentes culturas”, afirmou o Papa.

Ninguém ficou de fora. Nem os bispos mexicanos a quem o Papa pediu para se aproximarem dos “subúrbios humanos” e não atuarem como “príncipes” mas contra a doutrina da austeridade.

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