França: 140 manifestações testam revolta contra reforma laboral

A França vive esta quarta-feira a primeira jornada nacional de protesto contra a polémica reforma do código do trabalho.
Mais de 140 manifestações deverão testar em todo o país a mobilização dos, pelo menos, dois sindicatos que rejeitam a proposta, quando quatro outras organizações prosseguem as negociações com governo e patronato.
Na base da revolta estão medidas como o fim das 35 horas semanais (através da possibilidade de superar o número máximo de horas de trabalho, através de acordos pontuais em cada empresa) e a redução das indemnizações por despedimento abusivo.
A ministra do Trabalho, Myriam El Khomri, que adiou a apresentação da proposta para 24 de Março, defende a necessidade de flexibilizar o mercado de trabalho.
Os sindicatos Force Ouvrière e CGT denunciam, por seu lado, uma reforma feita à medida das empresas, que não garante a proteção dos direitos dos trabalhadores, tendo convocado um novo protesto para o dia 31.
Em paralelo, os sindicatos dos caminhos de ferro cumprem uma greve desde ontem e até quinta-feira, exigindo subidas salariais.
O protesto, independente da revolta contra reforma laboral, deverá afetar pelo menos um terço da circulação ferroviária no país.
O debate sobre a chamada “Lei Khomri” (reforma do código do trabalho) divide não só os sindicatos como o próprio Partido Socialista, atualmente no poder. Segundo as últimas sondagens 7 em cada 10 franceses estão contra a reforma, defendida pelo governo como uma forma de reduzir o desemprego e aumentar a competitividade das empresas francesas.