O impressionante (e cíclico) desmoronamento do glaciar argentino Perito Moreno

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De  Antonio Oliveira E Silva  com EFE
O impressionante (e cíclico) desmoronamento do glaciar argentino Perito Moreno

O dique formado pelo glaciar Perito Moreno, sobre o Estreito de Magalhães do Lago Argentino, na Patagónia argentina, sofreu uma nova rutura, num processo que tem vindo a registar-se de forma cíclica a cada quatro anos e que, segundo fontes locais, ocorreu, pela última vez, em 2012.

O fenómeno foi recebido com muita expectativa por parte de turistas e curiosos locais. Foi volta das 10:55 (hora local) que se produziu o desmoronamento de importantes massas de gelo que formam o glaciar.

O glaciar de Perito Moreno é parte de um conjunto de mais de 200 formações deste tipo, que formam parte do Parque Nacional de Glaciares da Argentina, situado na província de Santa Cruz. Recebe por ano, visitas de mais de 700 mil turistas vindos de todo o mundo.

Segundo os cientistas, o fenómeno natural de rutura das massas de gelo produz-se pela pressão exercida pelas águas do Lago Argentino num dique natural que o glaciar, conhecido como o Gigante Branco, vai formando à medida que avança sobre as costas rochosas da região.

Referidas pressões vão provocando fissuras no glaciar até conseguirem formar um arco, que acaba por cair e ocasionar um imponente fenómeno de desmoronamento e que se repete ao longo do tempo, ainda que sempre de maneira diferente.

Foi em março de 2012 que este fenómeno se registou pela última vez, enquanto o último desmoronamento ocorreu em 2008. O a rutura dos gelos costuma acontecer nesta época do ano, que corresponde ao final do verão austral, ainda que já tenha acontecido no inverno.

O glaciar Perito Moreno tem cerca de 200 quilómetros de extensão e fica situado entre a cordilheira dos Andes, a fronteira natural entre a Argentina e o Chile. É uma das poucas formações deste tipo que se mantém estável e pouco influenciada pelos efeitos do aquecimento global.

Encontra-se ainda situado no Campo de Gelo Patagónico Sul, a terceira concentração de gelo mais importante do mundo depois dos polos e mede cerca de 60 metros de altura.