Segurança em França: Há erros a corrigir no Euro e 23 mil agentes para o Tour

Segurança em França: Há erros a corrigir no Euro e 23 mil agentes para o Tour
De  Francisco Marques com afp
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A França tem em mãos nos próximos dois meses uma enorme operação para garantir a segurança do Euro’2016, que arranca a 10 de junho, e da 103.

As avaliações estão em curso para percebermos se é necessário, aqui ou ali, elevar o nível de controlo.

Bernard Cazeneuve Ministro do Interior de França

A França tem em mãos nos próximos dois meses uma enorme operação para garantir a segurança do Euro’2016, que arranca a 10 de junho, e da 103.a edição do Tour, que sai para a estrada a 2 de julho, ainda com o Europeu de futebol em curso por mais uma semana. Dois eventos desportivos internacionais que decorrem “num contexto especial de risco elevado de terrorismo.”

Esta terça-feira, o ministro do Interior, revelou a mobilização de 23.000 agentes de autoridade para assegurar a Volta a França em bicicleta, mas Bernard Cazeneuve admite que ainda há problemas a corrigir e sublinhou que o país “deve estar extremamente vigilante (…) face a um inimigo determinado e que pode atuar a qualquer momento.”

No último sábado, a França realizou e fracassou no derradeiro teste real ao dispositivo de segurança em preparação para os estádios do Euro de futebol. O recinto de Saint-Denis foi um dos alvos dos ataques terroristas do passado dia 13 de novembro, em Paris, vai receber sete jogos do Europeu e a final da Taça de França em futebol revelava todos os ingredientes para testar o dispositivo de segurança do torneio da UEFA.

Os adeptos do Marselha e do Paris Saint-Germain, os dois clubes em disputa do troféu, conseguiram introduzir no “Stade de France” tochas e no decorrer do jogo foram visíveis pequenos incêndios nas bancadas do recinto, onde 80 mil pessoas assistiram ao triunfo (4-2) dos parisienses. Foram ainda vistos nas bancadas capacetes de moto, garrafas de vidro e tubos de PVC, o que prova que o dispositivo de controlo de entradas e de acessos ao estádio falhou.

“As avaliações estão em curso para percebermos se é necessário, aqui ou ali, elevar o nível de controlo”, afirmou esta terça-feira, Cazeneuve, tendo por base os “problemas disfuncionais” registados no sábado. O ministro garantiu que “todos estes eventos foram alvo de uma preparação minuciosa em termos de segurança” e isso já terá permitido uma organização bem-sucedida da (cimeira) COP21 e do Festival de Cannes.”

“A preparação do Euro prossegue no mesmo espírito”, garantiu o ministro, revelando ter já convocado os organizadores do torneio para “examinar as medidas que deverão ser implementadas para corrigir os erros verificados” sábado no Estádio de França.

Quanto à Volta a França em bicicleta, se no ano passado, seis meses após o ataque terrorista contra o jornal satírico Charlie Hebdo, já foram muitos os agentes de autoridade vistos nas bermas das estradas por onde passou a corrida, este ano serão ainda mais, entre elementos da “gendarmerie” (uma força policial militar similar à Guarda Nacional Republicana, em Portugal, ou as polícias militares estaduais, no Brasil), da polícia normal e das forças especiais da “gendarmerie”, a GIGN.

“Posso anunciar a presença de 23.000 ‘gendarmes’ e agentes da polícia ao longo dos percursos para garantir a segurança da Volta a França. Pela primeira vez, pedimos ao GIGN para acompanharem o Tour, ao longo de toda a prova, e para estarem prontos a intervir a qualquer momento, se tal for necessário”, anunciou Bernard Cazeneuve.

O Tour é acompanhado a cada ano por cerca de 10 a 12 milhões de espetadores. É considerado o terceiro maior evento desportivo do mundo, emitido pela televisão em cerca de 190 países, com a cobertura efetuada por 2000 jornalistas a ser acompanhada por cerca de 3,5 milhões de telespetadores.

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