A análise do correspondente da euronews em Washington, Stefan Grobe, a escassos dias do primeiro debate nas presidenciais entre Hillary Clinton e Donald Trump.
A morte de Keith Lamont Scott, alvejado na terça-feira por um polícia, em Charlotte, nos Estados Unidos, veio reacender e até agravar as tensões raciais entre norte-americanos e envolvendo as forças de segurança.
Com a campanha política em curso, este problema que envolve muitos eleitores pode ter consequências nas presidenciais e ganhar ainda mais peso na segunda-feira, durante o primeiro debate entre os dois candidatos à sucessão de Barack Obama.
Em Washington, a acompanhar bem de perto todos os desenvolvimentos em torno da campanha presidencial, temos Stefan Grobe. Eis a análise da situação pelo correspondente da euronews na capital dos Estados Unidos:
“A menos de 50 dias das eleições nos Estados Unidos, as atenções dos norte-americanos voltam-se uma vez mais para uma temática política sensível: questões de raça, policiamento e crimes urbanos. Os ingredientes são quase sempre os mesmos. “Polícias autoritários ou muito nervosos focam-se em indivíduos que acabam por ter o azar de estar no sítio errado à hora errada. E que por acaso são negros. “Há outro fenómeno em repetição: é que estes incidentes raramente chegam aos tribunais. É aqui que a dimensão política destes casos entra em jogo. “Propostas legislativas para, pelo menos, se mudar o quadro legal não levaram a lado nenhum. Parece não haver urgência para resolver este problema. “Sem surpresa, os candidatos presidenciais revelaram ideias opostas, mas mesmo assim vagas, sobre esta crise. Hillary Clinton e Donald Trump vão ter, ainda assim, a oportunidade de serem mais concretos durante o primeiro debate, marcado para esta segunda-feira.”
We have two names to add to a long list of African Americans killed by police officers. It’s unbearable, and it needs to become intolerable.
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) 21 September 2016
É insuportável e precisa de se tornar intolerável.)
The situations in Tulsa and Charlotte are tragic. We must come together to make America safe again.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 September 2016
Temos de nos juntar para fazer a América segura de novo.)